10 Fatos Tristes Sobre o Futuro da Terra

Bernardo Stamato

10 Fatos Tristes Sobre o Futuro da Terra

Alerta de spoiler: o mundo vai acabar.

Fim do mundo, Apocalipse, Armageddon, Ragnorok, chame do que quiser. A gente adora imaginar como vai acontecer. De fato, uns doidos até dizem qual vai ser a data. Imagino a quantidade de gente que está frustrada com 2012 até agora. Mas não tenhamos pressa. O mundo VAI acabar. Só vai demorar muito pra acontecer ainda.

E provavelmente os humanos nem estarão mais aqui pra ver acontecer, mas quem se importa?

1. 50 Mil Anos no Futuro: Nova Era do Gelo

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Então, vamos dizer que, de alguma forma, a humanidade ainda exista 50 mil anos no futuro. Nós não vamos sobreviver muito mais tempo do que isso. Não importa se há um grupo corajoso de sobreviventes vagando num deserto pós-apocalíptico irradiado ou numa civilização utópica onde os cientistas conseguiram resolver todos os males do mundo, nós vamos nos ferrar no final.

Sim, nós teremos uma nova Era do Gelo em nossas mãos. A Terra vai escorregar lentamente de volta pro período glacial, uma era marcada por temperaturas mais frias e pelos avanços das geleiras. Não se incomode em visitar as Cataratas do Niagara, porque vai ser uma belo abismo de gelo.

2. 100 Mil Anos no Futuro: Super Vulcões vão Derreter Tudo

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Portanto, temos 50 mil anos muito frios pela frente. Depois disso, os cientistas prevêem que, até uns 100 mil anos no futuro, a Terra terá sofrido sua primeira erupção super-vulcânica. Por que super? Bem, essa erupção vai espalhar cerca de 400 km3 de magma. O que é um monte de magma.

Existem tais vulcões nas montanhas da Califórnia, mas já tem uns milhares de anos desde que entraram em erupção pela última vez. Um dia, esses vulcões adormecidos vão voltar à ativa, e suas erupções vão ser piores do que terremotos, tsunamis, tempestades ou inundações. Vão ser de proporções mais próximas a ameaças à vida global, comparando-se a um asteroide em colisão com a Terra. Parece ser uma final muito conclusivo pro mundo, certo? Ainda não. Tem muita coisa pra piorar ainda.

3. 500 Mil Anos no Futuro: A Chegada de um Meteorito

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Os vulcões vão fazer um estrago, mas não vão ser o pior. A gente falou de asteroide ali em cima, certo? Veja bem: o maior impacto na história moderna foi no evento de Tunguska, na Rússia, que lançou uma explosão de energia cerca de 1.000 vezes maior do que a da bomba atômica lançada sobre Hiroshima. Esses meteoritos tinham entre 60 a 190 metros de diâmetro. Os cientistas calculam que, em 500 mil anos no futuro, a Terra será atingida por um pedaço de detrito espacial com cerca de 1 km de diâmetro.

Como com certeza não estaremos aqui – e se estivermos, não teremos recursos pra lidar com isso – a Terra será atingida por algo que liberará tanta força quanto 1 milhão das bombas lançadas sobre Hiroshima.

4. 2 Milhões de Anos no Futuro: o Grand Canyon vai se Desgastar

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Caso o Grand Canyon sobreviva mais dois milhões de anos, ele já estará todo corroído de qualquer forma. Isso é o equivalente a falecer por causas naturais, depois de ter todo o tipo de câncer simultaneamente. Por exemplo, o Grand Canyon foi praticamente criado pela ação erosiva da água que flui pra dentro do rio Colorado, então o aumento dos níveis de neve e gelo vão quebra-lo completamente. O mesmo destino terá acontecido com a Cratera do Arizona e as Badlands rochosas do deserto Dakota do Sul – caso tudo já não tenha sido varrido pelo magma, obviamente.

5. 10 Milhões de Anos no Futuro: África Oriental Inundada

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E o que mais o Universo pode fazer com o nosso pobre e maltratado planeta? Bem, as placas tectônicas do Leste Africano terão continuado a estender esse tempo todo – presumindo que não congelem -, como a expansão e colapso do Grand Canyon numa escala ainda mais épica. As duas placas, a placa da Somália e a placa da Núbia, acabarão por rasgar completamente, fazendo com que uma nova bacia oceânica divida o continente africano. Então, sim, como se tudo isso não bastasse, agora a Terra estará literalmente rasgando-se à parte, criando novos continentes e oceanos.

6. 80 Milhões de Anos no Futuro: Havaí será Engolido

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E isso é apenas metade da história. Nosso planeta tem mudado lentamente ao longo do tempo, os continentes já foram um único bloco chamado Pangeia, daqui a 300 milhões de anos. E então o mega continente começará a quebrar depois de cerca de 100 milhões anos, cada um de seus componentes flutuando através dos oceanos antes de se estabelecer. Nós não veremos outra Pangeia em breve, mas cerca de 80 milhões anos em nosso futuro, a África já terá se dividido e formado um novo oceano. E o Hawaii vai afundar fora do mapa.

A costa da Califórnia será tomada pelo oceano graças à falha de San Andreas. A África terá continuado a navegar até bater na Europa e na Ásia, fechando a bacia mediterrânica e criando uma cadeia de montanhas semelhante ao Himalaia. O que é bom, pois já vamos ter perdido as Montanhas Rochosas canadenses e as Montanhas Apalaches na mesma erosão que levou o Grand Canyon. A boa notícia é que a Terra já terá naturalmente reabastecido suas reservas de combustíveis fósseis! Nós só não estaremos aqui pra explorá-las.

7. 500 Milhões de Anos no Futuro: Camada de Ozônio Destruída, Extinção em Massa

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Enquanto a maior parte do mundo terá sido naufragada ou demolida, as coisas vão começar a voltar ao normal. A vida renascerá. Uma vida impossível de prever, pois o mundo terá mudado completamente. Mas a vida sempre triunfá, não? Sempre, até a Camada de Ozônio se dissipar depois de tanto aquecimento global, de meteoros, cinzas vulcânicas e da degradação geral experimentada ao longo do tempo. É quando tudo realmente vai pra panela.

Nesse momento, a Nova Pangeia já estará formada e a Lua estará longe o suficiente da Terra pra eclipses solares serem impossíveis. Não que isso tudo importe, porque em 500 milhões de anos, uma explosão de raios gama devido a uma supernova massiva ocorrerá perto o suficiente da Terra pra afetar a Camada de Ozônio e desencadear uma extinção em massa.

8. 800 Milhões de Anos no Futuro: Restante da Vida Morre

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Extinção em massa não significa, é claro, que absolutamente tudo morerá. Por este ponto, após a raça humana ter sido esquecida como um ponto minúsculo na história, a Terra ainda será preenchida por algum tipo de vida que se adaptou e evoluiu através de incontáveis mudanças dramáticas no mundo. Infelizmente, seja lá o que sobreviver sem a Camada de Ozônio, não aguentará os absurdos níveis de dióxido de carbono que impedirão qualquer fotossíntese.

Graças aos vulcões e à falta de Ozônio, os níveis de dióxido de carbono flutuarão descontroladamente e vazarão pra fora da Terra. Se você lembrar de suas aulas de Ciências do ensino fundamental, você saberá que o dióxido de carbono é uma parte importante na vida das plantas, bem como uma parte essencial de nossa atmosfera. Seu desaparecimento não só se opõe à existência daquelas poucas plantas remanescentes, mas também significa que o oxigênio e o ozônio também desaparecerão por completo da atmosfera, matando toda a vida multicelular, deixando apenas os organismos unicelulares.

9. 2,3 Bilhões de Anos no Futuro: Núcleo da Terra Congela

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Supõe-se que esse será o golpe de misericórdia.

Daqui a 2.300.000.000 anos, não haverá vida no planeta, tudo será devastado e corroído e coberto de magma e crateras e radiação. Pra piorar a situação o núcleo externo da Terra irá congelar, fazendo com que o campo magnético do planeta se encerre e dissipando os últimos resquícios da atmosfera. Mas isso não acontecerá antes do Sol ter aumentado ao ponto de que a maior parte da água que cobre a Terra tenha evaporado. Imagine que inferno.

10. 7,59 Bilhões de Anos no Futuro: O Sol Terminará o Serviço

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O Sol será, essencialmente, o arqui-inimigo da Terra na história dos anos finais do planeta, o supervilão que acabará por ser responsável por sua morte. É uma cruel e trágica ironia que ele vá queimar o que permitiu existir. Então aqui está, chegamos à cortina final.

Em quase 8 bilhões de anos, a maior parte da vida no planeta terá sido apagada pelas temperaturas crescentes do Sol. Neste ponto, até mesmo os organismos unicelulares terão morrido e os pólos da Terra terão atingindo uma temperatura média de 147 °C . O congelamento do núcleo do planeta terá causado um desequilíbrio total na nossa física e o aumento da distância da Lua vai fazer a inclinação da Terra caótica e extrema. Essencialmente, a Terra se transformará num gigante pião morto, boiando descontroladamente através do cosmos.

O planeta não se parecerá qualquer coisa que conhecemos hoje, com as condições na superfície parecendo com as de Vênus de hoje. Você já foi a Vênus? É claro que não, ninguém foi. Você morreria. Então, quando tudo parecer perdido, o Sol vai chegar ao auge de sua fase de gigante vermelha, 256 vezes maior do que é hoje, engolindo a Terra completamente.

Mas não tenha medo! Todos já estaremos mortos há muito – muito – tempo.

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