12.12: O Dia – Crítica | O retrato intenso de um Golpe de Estado

Melo

12.12: O Dia – Crítica | O retrato intenso de um Golpe de Estado

Quando fui assistir 12.12: O Dia, já sabia que ia encarar uma história pesada sobre um dos golpes mais marcantes da Coreia do Sul. Mas, olha, ver tudo isso acontecer na tela foi outra coisa. O filme é puro suco de tensão, intriga política e umas cenas muito bem fotografadas. É daqueles que te prendem do começo ao fim. Pra quem curte filmes de guerra, é um prato cheio. Agora, vou ser sincero: em alguns momentos me senti em uma prova de história, tentando decorar os rostos e nomes de tanta gente.

Pra gente aqui do Brasil, que não manja tanto da política asiática, fica fácil se perder. Felizmente, dois personagens seguram o filme e são bem fáceis de identificar: o Lee Tae-shin, nosso comandante herói (ou, como apelidei, o “Giga Chad militar“), e Chun Doo-gwang, o ditador calvo que parece ter saído direto de um quadrinho de vilão. Com esses dois no comando da história, deu pra acompanhar melhor esse caos de traições, alianças e decisões absurdas.

E que caos, hein? O filme é tão frenético que, se você piscar, perde alguma coisa importante. A direção do Kim Sung-su mandou bem demais em mostrar como se organiza um golpe de estado: tudo parece muito fácil e ao mesmo tempo totalmente caótico. As cenas de tensão são de roer as unhas, e os dilemas dos personagens são bem construídos. Destaque total pras atuações de Jung Woo-sung e Hwang Jung-min, que entregaram tudo. O Hwang, em especial, virou o Chun de um jeito que até dá medo — o cara passava quatro horas diárias na maquiagem só pra ficar com aquele visual de vilão supremo.

12.12: O DIA”, filme representante da Coreia no Oscar, estreará nos cinemas  brasileiros em janeiro – HIT!Magazine

Agora, confesso que o ritmo do filme tem seus prós e contras. Pra quem não conhece os detalhes do contexto histórico, acompanhar todas aquelas reviravoltas, telefonemas desesperados e ordens malucas pode ser bem confuso. Mesmo assim, o filme consegue transmitir a essência do caos. É surreal ver como as forças armadas de um país podem desmoronar internamente, cheias de brigas de ego e decisões por interesse próprio. Deixa a gente meio indignado, sabe?

Ah, e não dá pra esquecer da cena do Chun no banheiro. Sério, o cara tá lá urinando e gargalhando como se fosse o Coringa depois de ganhar na loteria. É bizarro, mas ao mesmo tempo genial. Esse tipo de cena deixa a história mais real, porque te lembra que esses caras, por mais caricatos que pareçam, existiram de verdade e fizeram o que fizeram.

Mas, claro, o filme não é perfeito. Algumas cenas, tipo aquela em que o Lee Tae-shin encara a estátua do Almirante Yi Sun-shin enquanto as forças rebeldes chegam, soam um pouco forçadas. É como se o roteiro estivesse gritando “olha como ele é o herói solitário e justo!“. Não precisava, sabe? A construção do personagem já era forte o suficiente.

Confira o teaser de 12.12: O Dia – CriCríticos

Ainda assim, 12.12: O Dia manda muito bem em mostrar os bastidores e as complexidades de um golpe de estado. É angustiante assistir a tamanha ganância e interesse pessoal corroendo o que deveria ser a espinha dorsal de um país. Dá um nó na garganta.

O final foi a cereja do bolo. Quando aquela imagem dos golpistas triunfantes desbota e dá lugar à foto histórica real, foi impossível não ficar pensando em como esses eventos deixaram uma marca na luta pela democracia da Coreia. É impactante.

No geral, 12.12: O Dia é um baita filme e estreia no dia 17/01 nos cinemas brasileiros. Pra quem curte drama histórico e político, é obrigatório. Mesmo com alguns momentos enrolados e nomes difíceis de lembrar, ele entrega uma experiência intensa e cheia de emoção. Se prepara pra sair do cinema impressionado, talvez meio revoltado e, com certeza, curioso pra pesquisar mais sobre essa história. Quando um filme faz isso com você, é porque acertou na mosca

COMPARTILHE Facebook Twitter Instagram

Leia Também


Mais Lidas

ASSINE A NEWSLETTER

Aproveite para ter acesso ao conteúdo da revista e muito mais.

ASSINAR AGORA