O cartunista Jaguar, um dos nomes mais marcantes do humor brasileiro, morreu neste domingo (24), aos 93 anos, no Rio de Janeiro. A notícia gerou comoção imediata, com amigos, colegas de profissão e admiradores prestando homenagens ao artista que marcou gerações com seu traço afiado e irreverente.
O chargista Arnaldo Angeli Filho escreveu que Jaguar foi o “maior” e é merecedor de todas as reverências pela arte que deixou:
Dono do traço mais rebelde do cartum brasileiro. Seguimos aqui com sua bênção.
A cartunista Laerte Coutinho, em postagem no X, referiu-se ao ídolo como “mestre querido”. Outro cartunista, Allan Sieber lembrou que, quando mudou para o Rio de Janeiro, Jaguar chegou a editar o livro dele Assim Rasteja a Humanidade.
O chargista Genildo Ronchi destacou, também em postagem nas redes, que o mundo conhece a importância do legado do Jaguar. Chico Caruso, em entrevista à TV Globo, considerou que a morte do artista é uma perda irreparável para o humor e para o Brasil.
Segundo boletim divulgado pelo Hospital Ipanema, onde estava internado, Jaguar faleceu em decorrência de falência múltipla de órgãos. Ele estava hospitalizado há algumas semanas para tratamento de complicações de saúde.
Um dos criadores de ‘O Pasquim’
Nascido em 1932, Sérgio Jaguaribe – conhecido nacionalmente apenas como Jaguar – construiu uma das carreiras mais sólidas do humor gráfico no Brasil. Foi um dos fundadores do lendário jornal O Pasquim, em 1969, veículo que se tornou um símbolo da resistência durante a ditadura militar, reunindo grandes nomes como Ziraldo, Millôr Fernandes e Henfil.
Jaguar começou a carreira, no ano de 1952, quando trabalhava no Banco do Brasil. Na ocasião, ele conseguiu publicar um desenho na coluna de humor Penúltima Hora no jornal Última Hora (RJ). Depois passou a publicar charges na página de humor da revista Manchete (RJ).
O pseudônimo, com o qual ficou famoso, foi uma sugestão do desenhista e cartunista Borjalo (1925-2004).
Durante a ditadura, lançou um de seus personagens mais conhecidos, o ratinho Sig, que foi mascote do jornal O Pasquim. O artista foi preso uma vez e enfrentou processos no período.
Além de sua atuação na imprensa, Jaguar também assinou charges, cartuns e ilustrações em diferentes veículos e livros, tornando-se referência no traço ácido e no humor crítico. Sua obra influenciou gerações de cartunistas e permanece como parte essencial da memória cultural do país.
Com informações da Agência Brasil.
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