O Laboratório de Mobilidade Automobilística e Urbana (LAMAU) é uma equipe formada por jovens universitários da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais.
O grupo almeja mudar a vida das pessoas por meio da pesquisa e incentivo à tecnologia na área de mobilidade urbana, por intermédio dos veículos elétricos.
O pontapé inicial para criação do laboratório veio no final de 2018 pelo estudante de Engenharia Mecânica, Ruy de Sousa Alves, que buscava uma maneira de estimular os alunos de graduação. A ideia era reduzir os índices de desistência dos cursos, aliando isso à tecnologia de veículos elétricos e a paixão por motocicletas.
A partir disso, nasceu o LAMAU. Dentro do laboratório, encontra-se a equipe de competição ‘Tadarida MotoRacing UFU’, a primeira equipe brasileira na categoria elétrica a competir na 6ª edição do ‘MotoStudent’.
O evento se trata de uma competição internacional de engenharia que ocorre na Espanha, prevista para ocorrer entre os dias 15 e 18 de julho de 2021, na qual os estudantes devem projetar – do zero – uma motocicleta de competição e alta performance.
A moto elétrica
O protótipo brasileiro não foi elaborado para ser “mais um na pista”. Através de pesquisa e empenho, o grupo almeja ser competitivo com as outras equipes.
As baterias foram projetadas pelos membros da equipe e é composta de 432 células de lítio-íon recarregáveis. Além disso, a descarga máxima do sistema elétrico é de 320 A.
O motor elétrico, trifásico, com eficiência energética de até 96%, é fornecido pela competição após a efetivação da inscrição, sendo ele idêntico para todas as equipes, sua potência máxima é de 42 kW e torque máximo de 95 Nm e sua potência nominal e torque nominal são de 13 kW e 22 Nm, respectivamente.
O chassi foi feito a partir de liga de alumínio 6061 T-6 (Alumínio Aeronáutico) e liga de aço 1020, para proporcionar a leveza e resistente necessária, tornando o projeto mais competitivo, de modo que é estimada a velocidade máxima de 150 km/h e que vá de 0 a 100 km/h em um período de três a quatro segundos.
Dificuldades no processo
O preço pago pelo pioneirismo do projeto é que, desde o início, são enfrentados entraves técnicos, pois a tecnologia de veículos elétricos no Brasil ainda é pouco difundida, tornando produção do protótipo muito onerosa.
Independentemente das dificuldades, os estudantes sempre se mobilizaram para levantar recursos. Eles venderam água em semáforos, realizaram rifas e buscaram por parcerias, até alcançarem o orçamento suficiente para finalizar a construção da moto elétrica.
Foram mais de R$ 120 mil arrecadados, mais de dois anos de trabalho e a passagem de mais de 100 estudantes na trajetória do laboratório. Agora, há exatos três meses para a data marcada da competição, esse esforço ainda corre o risco de ir por água abaixo.
Apesar das altas quantias já arrecadadas, o grupo ainda precisa de recursos que possibilitem o transporte da moto para a Espanha: R$ 40 mil. O valor contempla a ida e a volta, bem como auxilia a viagem de ao menos sete membros – presença mínima exigida pela competição.
Na tentativa de arrecadar os fundos, o grupo lançou uma campanha de doações virtual.
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