Os estúdios de cinema amam suas franquias, mas Hollywood tem seus limites quando se trata de investir mais dinheiro depois de um filme ruim. Mesmo o mais vasto reconhecimento da marca nem sempre é suficiente pra gerar mais sequências. Aqui estão alguns exemplos particularmente infames de filmes que enviaram suas franquias de volta pra prancheta… Ou pro total esquecimento.
Batman e Robin
A franquia Batman estava prestes a comemorar 10 anos de sucesso – e lucro – até Batman & Robin, que trouxe George Clooney pro papel de Bruce Wayne. O tom exagerado do diretor Joel Schumacher começou em Batman Eternamente como uma tentativa deliberada de honrar a serie de tevê dos anos 60 do Adam West e ficou ainda mais berrante em Batman & Robin – o que resultou num desastre ridículo. O estúdio já estava desenvolvendo uma sequência antes mesmo de Batman & Robin chegar aos cinemas, mas os comentários infelizes e arrecadações decepcionantes de bilheteria trouxeram um impasse. Precisamos de quase uma década e das perspectivas muito mais corajosas do diretor Christopher Nolan pra trazer um reboot do Cavaleiro das Trevas de volta pras telas em 2005 com Batman Begins.
Star Trek: Nemesis
Star Trek sempre foi notável na bilheteria, disparando 10 filmes em 23 anos, ao mesmo tempo que governava a televisão com um pequeno exército de seriados. No entanto, a franquia um dia encontrou sua encruzilhada. O não tão popular Star Trek: Enterprise era seu último show restante no ar e os filmes eram lucrativos, mas não tão impressionantes ao longo das três sequências desde que o elenco de Star Trek: The Next Generation assumiu o cargo da tripulação original. Tudo isso contribuiu pra um orçamento reduzido e uma abordagem de ação pesada pro filme de 2002, Star Trek: Nemesis, o que resultou numa total descaracterização do sci-fi pelo qual a série sempre foi conhecida. Considerando que foi o mesmo ano em que tivemos Harry Potter, Senhor dos Anéis e James Bond, Nemesis foi ignorado, exceto pelas suas críticas desastrosas. Desde então, Star Trek ficou fora dos cinemas até J.J. Abrams reiniciar a franquia em 2009.
Blade: Trinity
A franquia Blade tinha anos de histórias em quadrinhos pra se inspirar, Wesley Snipes estava no seu auge e os dois filmes combinavam vampiros e kung fu numa mistura pitorescamente divertida. Todos os ingredientes estavam lá pra manter mais sequências até 2004, com Blade: Trinity. Mas os comentários medíocres deste terceiro filme e as arrecadações decepcionantes trouxeram um colapso épico que começou a se desvendar enquanto as câmeras ainda estavam filmando. Snipes – que além de estrelar o papel principal também era produtor – alegadamente incomodou a todos com um comportamento excêntrico nos bastidores, como tentar estrangular o diretor, entre outras coisas. Ele estava tão infeliz após o lançamento de Trinity que acabou processando o estúdio. Atualmente, a Marvel Studios ajudou a transformar os super-heróis em blockbusters recordistas, mas Blade ainda se mantem à margem disso tudo – quem sabe a Netflix não aproveita essa onda?
RoboCop 3
Poucas franquias de filmes sofreram uma queda tão rápida quanto RoboCop. O original de 1987 foi um sucesso comercial e de crítica e, ao contrário de muitos filmes de sucesso, a sua história tinha todo o potencial pra uma sequência óbvia. A estrela Peter Weller pulou do barco depois do decepcionante RoboCop 2 de 1990, o que levantou questionamentos se ele faria falta, pois a sua boca era a única parte do seu corpo não coberta pelo seu traje futurista. Mas mesmo que ele tivesse ficado, é improvável que RoboCop 3 tivesse sido um sucesso. O estúdio entrou em falência durante as filmagens e a violência foi reduzida num esforço pra tornar o filme mais acessível pros fãs mais jovens. Obviamente, o resultado final de 1993 foi lamentável e levou mais 11 anos antes da franquia voltar com um reboot. Enquanto isso, uma sequência pro reinício continua a ser um ponto de interrogação até o presente momento.
Mortal Kombat: Aniquilação
Mortal Kombat foi uma surpresa em 1995, faturando mais de US$ 100 milhões com um pouco mais do que uma série de cenas de luta em conjunto com alguns pedaços de enredo ridículo – como os jogos, né. É difícil culpar o estúdio por tentar fazer que relâmpago atinja a mesma árvore duas vezes com Mortal Kombat: Aniquilação em 1997, mas mesmo pros padrões relaxados do original, este foi um filme bem esfarrapado. E desta vez o público respondeu e não forneceu uma bilheteria nem próxima do primeiro filme. Outra sequência estava em fase de planejamento, mas exceto por rumores ocasionais, a franquia de filmes Mortal Kombat permanece no Limbo desde então.
Alien – A Ressurreição
Sigourney Weaver, a lendária Ellen Ripley, sempre foi a peça-chave da franquia Alien e sua morte no final de Alien 3 em 1992 parecia marcar o fim da série. Mas onde há potencial pra ganhar dinheiro, há quase sempre uma sequência. Então, em 1997, Weaver voltou pro Alien – A Resurreição, que salta 200 anos à frente de seu antecessor e traz de volta Ripley como um clone nascido de um Alien. Obviamente o público não gostou e o filme conseguiu ficar atrás da odiosa comédia Flubber de Robin Williams, e os críticos deixaram bem claro que a série havia perdido seu brilho. O estúdio depois estuprou a franquia ainda mais com os filmes Aliens vs Predator, aparentemente cortando qualquer possibilidade de outra sequência verdadeira. Em 2015, Alien 5 foi cogitado com Weaver de volta e o diretor Neill Blomkamp no comando, mas o projeto acabou por ser arquivado devido ao sucesso do “prequel” Prometheus, que o diretor Ridley Scott decidiu transformar numa própria franquia.
Superman IV: Em Busca da Paz
Henry Cavill é legal, mas Christopher Reeve sempre será o verdadeiro Superman – fato que potencializa a vergonha tóxica conhecida como Superman IV: Em Busca da Paz. Atraído de volta pra franquia com a promessa de uma história socialmente relevante, Reeve fez o seu melhor pra trazer um senso de dignidade a esta tragicomédia de 1987, que coloca Superman contra um vilão movido a energia nuclear criado por Lex Luthor e apelidado de “Homem Nuclear”. Os problemas financeiros do estúdio, no entanto, prejudicaram ainda mais o filme, forçando o diretor a reutilizar cenas e poupar efeitos especiais. Levaria cerca de 20 anos e inúmeras tentativas abortadas antes do personagem voltar aos cinemas com o Superman: O Retorno, que foi apenas um prelúdio pra mais um reboot em 2013 com O Homem de Aço.
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