por Cheyna Corrêa
Taylor Swift não é apenas uma das maiores estrelas pop do mundo: ela também protagonizou uma das batalhas mais emblemáticas contra a indústria fonográfica. Desde contratos iniciais na adolescência até a regravação dos próprios álbuns, Swift mostrou que entende de música, de negócios e saiu vitoriosa.
Ascensão, contrato com a Big Machine e conflito com Scooter Braun
Taylor começou a compor e se apresentar aos 13 anos. Aos 15, assinou com a gravadora Big Machine Records e lançou, entre 2006 e 2017, seus seis primeiros álbuns: de Taylor Swift a Reputation. Esses discos a transformaram em fenômeno global, mas as “masters” (gravações originais dessas faixas) ficaram sob controle da Big Machine.
Em 2018, ao término do contrato, Swift tentou adquirir suas masters para dar total autonomia ao próprio catálogo. A Big Machine recusou a venda isolada, condicionou tudo a um novo acordo de seis álbuns, recusado por Taylor, e, em 2019, foi vendida por Scott Borchetta a Scooter Braun, manager de Justin Bieber, Ariana Grande, Tori Kelly e outros. Para Swift, era inaceitável que alguém contra quem já tivera conflitos controlasse seu trabalho pioneiro.
Taylor’s Version: o plano genial de regravação
A legislação norte-americana permite aos compositores regravar obras após um período determinado. Aproveitando-se desse direito, Swift firmou novo contrato em 2020 com outra gravadora e, a partir de 2021, passou a relançar cada um dos seis primeiros álbuns agora sob o selo “Taylor’s Version”. Novas capas, títulos idênticos e fãs fiéis que deram preferência massiva às regravações reduziram drasticamente o valor comercial das masters originais.
O poder dos fãs e a sinergia midiática
O fandom “Swifties” abraçou a causa: comprou CDs, streaming e até licenciamento de comerciais, substituindo as versões antigas pelas novas. Swift usou sua influência para ações de “sincronização”, garantindo que propagandas e trilhas de séries exibam somente suas regravações. Em 2020, desgastado e vendo o negócio perder valor, Scooter Braun vendeu o catálogo original à Shamrock Holdings (ligada à Disney) — mas Swift já não tinha mais interesse em negociar.
Antes mesmo das regravações, em 2014, Taylor liderou outra campanha ao retirar 1989 do Spotify e condicionar o lançamento à Apple Music, que pagava valores irrisórios durante o período de teste gratuito. O Spotify cedeu em royalties; A Apple lançou o álbum sem restrições.
Tudo o que vai… volta!
Taylor Swift concluiu recentemente a aquisição dos direitos de suas seis primeiras “Taylor’s Version”, garantindo total controle sobre as masters de todos os álbuns que gravou que havia perdido – de Fearless a Reputation. Com essa negociação, ela não apenas consolida seu legado artístico, mas também fecha definitivamente o ciclo de disputas pelas gravações originais, reafirmando seu poder e independência na indústria musical!

Taylor e os álbuns que recuperou os direitos totais (Divulgação: Instagram)
Legado de uma revolução pessoal e coletiva
Taylor não é só uma voz marcante nos palcos. Ela se tornou símbolo de empoderamento artístico, capaz de mobilizar fãs e pressionar gigantes da indústria a rever regras. Sua estratégia de regravação consolidou novos padrões de propriedade intelectual na música e mostrou que talento combinado a visão de negócio pode redefinir contratos e práticas consolidadas.
Ao botar em xeque gravadoras, serviços de streaming e até figuras poderosas como Scooter Braun, Taylor Swift provou que ser pop star vai muito além de hits: envolve saber proteger sua arte, inspirar milhões e, de quebra, mudar para sempre o jogo da indústria musical.
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