A “dívida” de Hayao Miyazaki que gerou os dois maiores clássicos do Studio Ghibli

Cheyna Corrêa

A “dívida” de Hayao Miyazaki que gerou os dois maiores clássicos do Studio Ghibli
Meu Amigo Totoro - Divulgação: Cortesia Studio Ghibli

Por André Luiz Fernandes

 Entre os clássicos do Studio Ghibli, dois filmes se destacam, até mesmo por terem sido lançados juntos: o pesado e histórico O Túmulo dos Vagalumes, dirigido por Isao Takahata, e o mais leve e agradável Meu Amigo Totoro, ambos de 1988. O que nem todos sabem é que eles saíram porque Hayao Miyazaki, diretor do estúdio, sentia que tinha uma dívida a ser paga.

As redes sociais da Nippon TV divulgaram uma entrevista de Miyazaki dada na época dos lançamentos. Lá, o cineasta e mestre da animação declara que o filme dirigido por ele, Meu Amigo Totoro, é uma forma de pagar uma dívida que ele sentia ter com seu próprio país, depois de dirigir dois projetos ambientados no exterior. Hayao disse:

Até agora, eu continuamente fiz trabalhos ambientados em países estrangeiros ou países fictícios de nacionalidade desconhecida, e eu gradualmente comecei a sentir que estava acumulando uma dívida com o país onde nasci e cresci, o Japão.

Meu Amigo Totoro se passa em uma área rural japonesa, onde as irmãs Mei e Satsuke conhecem as criaturas conhecidas como totoros, que vivem na floresta próxima de onde elas moram. A figura do totoro se tornou altamente associada ao Studio Ghibli, quase como um mascote da empresa, e ainda é divulgada em merchandisings e outros produtos do estúdio.

O Túmulo dos Vagalumes

Já o Túmulo dos Vagalumes, é um filme de Isao Takahata que foi produzido e animado pelo Studio Ghibli. Trata-se de uma trágica história de dois irmãos no Japão durante a Segunda Guerra Mundial e é considerado uma das maiores obras do cinema anti guerra no mundo.

Os dois filmes foram lançados juntos por questões financeiras. O projeto inicial de Miyazaki para Meu Amigo Totoro foi inicialmente rejeitado pelo produtor Tokuma Shoten, mas Toshio Suzuki encontrou uma forma de lançar o filme, justamente colocando-o como um produto duplo, ao lado do longa de Takahata. A ideia era que, ao se interessarem por Totoro, as crianças assistissem também a O Túmulo dos Vagalumes, de grande importância histórica, na visão do produtor.

Ambos foram um sucesso, embora não tenham conquistado números tão positivos de bilheteria em 1988. O tempo os transformou em clássicos e a fama do Studio Ghibli também colaborou para que as obras fossem revisitadas.

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