Chris Pratt combate alienígenas em A Guerra do Amanhã. Ele ainda conserta os problemas da família, salva o planeta e viaja no tempo – tudo na mesma história.
O filme exclusivo do Amazon Prime Video tem dividido a crítica e o público. Tem quem adorou e quem ficou tentando entender tudo o que acontece nas 2 horas e 20 minutos que o longa tem.
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Ainda assim, A Guerra do Amanhã foi considerado um sucesso de audiência. A repercussão foi positiva e o estúdio já confirmou uma sequência.
Mas teria como? São muitas as perguntas que o filme não responde. Continue lendo este texto e confira!
O paradoxo das viagens no tempo
Um filme que traz viagens no tempo no roteiro é sempre uma caixinha de surpresas. A série Loki, do Universo Cinematográfico Marvel (UCM), tem mostrado um pouco das consequências disso. O tema sempre foi um desafio para a imaginação dos escritores e dos fãs de ficção-científica.
Desde o livro A Máquina do Tempo, lá em 1895, o britânico H.G. Wells já estava imaginando como seria poder viajar livremente para o passado e para o futuro.
Um dos riscos desse tipo de história é o problema do paradoxo. Isso fica muito claro em De Volta para o Futuro. Marty McFly interfere no encontro entre os seus próprios pais e corre o risco de nunca nascer. Ele precisa colocar as coisas de volta no lugar ou vai desaparecer.
Muitas obras já trataram essas questões antes e, agora, a análise é sobre A Guerra do Amanhã. O roteiro resolve esse problema? Além disso, outras questões precisam de respostas. Prepare-se para o salto temporal!
A partir daqui, o texto traz alguns spoilers de A Guerra do Amanhã!
A Guerra do Amanhã não deveria existir
A primeira questão é que não era para ter filme. O maior paradoxo de todos está na própria premissa.
Dan Forester, o personagem de Chris Pratt, volta para o presente com a solução para destruir os Garras Brancas. E o cara vai lá e faz isso mesmo: acaba com todos eles décadas antes da guerra começar. Mas fica o dilema…
Se Dan Forester destruiu os alienígenas, então, não vai haver guerra no futuro. Se não vai haver guerra no futuro, ele nunca será convocado para viajar no tempo e nunca vai descobrir que tinha alienígenas no planeta. Olha o paradoxo aí!
Como o roteirista resolveu o dilema dos paradoxos? Não resolveu, simples assim.
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Os paradoxos não são mencionados em lugar algum do filme. É uma questão de quase toda obra de ficção-científica de viagem no tempo. Até Vingadores: Ultimato se preocupou com isso.
A regra do UCM é clara: toda alteração cria uma linha temporal divergente. Se esse fosse o caso em A Guerra do Amanhã, o resultado seria até um filme mais cruel. Imagina: a galera do futuro estaria puxando personagens de outra linha temporal para tentar vencer a guerra e salvar uma linha temporal condenada.
Eles estariam criando uma linha temporal mais ferrada ainda, porque teria menos soldados, menos pessoas. No final, Dan Forester salva sua própria linha temporal, evitando a guerra, mas aquela outra se perdeu para sempre.
O maior buraco do roteiro é esse. O filme é bom, mas a falta de lógica incomoda. Ignorando essa questão, ainda existem outras questões em A Guerra do Amanhã para serem respondidas.
Garras Brancas: quem, como, quando, onde e por quê?
Imagine que está tudo certo do jeito que é, o tempo é fluido e aceita paradoxo. É como em O Exterminador do Futuro, se a Skynet conseguir matar John Connor no passado, não teria necessidade de enviar uma máquina para o passado, não é verdade? É complicado, mas isso foi acatado pelo público.
Por que, então, os Garras Brancas estavam aqui? O filme explica que a nave deles caiu na Terra e ficou congelada. Tinha duas dúzias de bichos ali e pronto. A partir daquilo, eles foram se multiplicando e a situação se complicou. Mas por quê? Quem estava pilotando a nave?
A nave estava indo para onde? Foi um ataque que não deu certo, mas acabou funcionando? Tem mais Garras Brancas no espaço? Eles eram uma arma biológica? A continuação pode não responder a questão do paradoxo, pode nem ter viagem no tempo, mas os produtores irão explorar esse lado.
Outra questão que a sequência terá que responder é por que motivo os Garras Brancas voltavam para sua tocas a cada sete dias. O chamado “sabá” das criaturas não é explicado.
Eles tiram um dia de folga? Se trabalhar nesse dia o sindicato deles vai cair em cima? São CLT esses bichos? Ou esse é o ciclo de acasalamento deles?
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Já que o assunto é acasalamento, quantas fêmeas existem? No filme inteiro, só uma é vista. Só que não é possível que uma fêmea só tenha dominado um planeta inteiro.
Não precisava inventar toxina, era só colocar um tiro de bazuca na criatura e pronto, não nasceria mais nenhum, não é verdade?
Aliás, no final das contas, a toxina não ajudou muito. Era só ter entrado na nave, plantado as bombas lá, saído e detonado tudo. Não morreria ninguém, só monstro.
A Guerra do Amanhã realmente acabou?
Aí também fica o questionamento: todos os Garras Brancas morreram mesmo? Não escapou nem um pela neve, talvez escavando? Se a continuação partir desse ponto, “fugiu um”, será decepcionante.
Primeiro, porque seria um vacilo dos heróis do filme. Segundo, porque é difícil imaginar um alienígena sozinho, mesmo sendo uma fêmea, recomeçando toda aquela questão.
É mais provável que os Amazon Studios explorem a questão da origem da raça. É possível que eles tenham caído na Terra milhares de anos no passado. Mesmo assim, vai ficar esquisito se eles não tiverem evoluído ou mesmo que seus criadores não tenham se extinguido.
Uma teoria para uma possível continuação é que existem mesmo duas linhas temporais. Dan Forester salvou a dele. Aquela outra foi condenada.
Acontece que uma vai dar ruim: a máquina do tempo ficou lá na outra linha temporal. Os criadores dos Garras Brancas virão e utilizarão o equipamento para invadir o presente em larga escala.
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