por Cheyna Corrêa
Sexta-Feira 13 definiu o padrão do slasher adolescente ao levar um grupo de jovens a um acampamento isolado, onde um assassino surge para atacar um a um. Jason Voorhees transformou-se em ícone do terror, mas poucos sabem que a franquia bebeu de uma história real ainda mais perturbadora. Em 1960, quatro adolescentes foram brutalmente assassinados à beira do Lago Bodom, na Finlândia. Vamos entender o crime que pode ter inspirado o surgimento de Jason e sua sede sangrenta nas telas.
O massacre do Lago Bodom
Na madrugada de 5 de junho de 1960, dois casais adolescentes montaram barracas nas margens do Lago Bodom. As meninas tinham 15 anos e os rapazes, 18. Um carpinteiro local encontrou o desespero: três jovens mortos por múltiplos golpes de faca e pauladas, o quarto, Nils Gustafsson, gravemente ferido, mas ainda vivo. Segundo seu relato, ele foi surpreendido por um homem vestindo preto e com olhos vermelhos brilhantes.
Suspeitos e teorias
O carpinteiro Karl Valdemar Gyllström foi apontado primeiro, pois tinha histórico de hostilizar campistas. Anos depois, seu bilhete de suicídio trouxe uma confissão, mas faltaram provas concretas. Mais tarde, caíram sobre o espião Hans Assmann, flagrado em um hospital com roupas ensanguentadas, mas liberado por suposto álibi. Em 2004, Nils Gustafsson chegou a ser acusado com base em exames de DNA, acusado de crimes movidos por ciúmes, mas o tribunal o considerou inocente e ainda o indenizou pelos transtornos. Até hoje o caso permanece sem solução definitiva.
De mito a inspiração cinematográfica
As semelhanças entre o Lago Bodom e Camp Crystal Lake — isolamento, jovens indefesos e um assassino mascarado — levaram críticos e fãs a ver em Sexta-Feira 13 um reflexo do crime finlandês. A franquia evoluiu para zumbis sobrenaturais e crossovers com Freddy Krueger, mas o terror ganhou alma no primeiro filme, quando tudo parecia assustadoramente possível. A A24 agora desenvolve a série Crystal Lake, que promete revisitar as origens, mostrando Pamela Voorhees antes do massacre. Resta saber se a nova produção ousará explorar essa conexão sombria com a tragédia real.
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