O Venom começou como uma ideia de dar um novo uniforme ao Homem-Aranha. Um leitor do herói aracnídeo, em 1982, enviou uma carta à editora Marvel Comics com a sugestão de trocar os tradicionais azul e vermelho pelo preto e branco. Pela ideia, Jim Shooter, então editor-chefe da companhia, pagou US$ 220 – algo em torno de R$ 855.
O uniforme “vivo”, um parasita em forma quase líquida que depende do hospedeiro para sobreviver, resolveria algumas questões para o personagem que, numa edição vencia o vilão todo estropiado e, na outra, estava com a rouba novinha em folha. Mas também, e principalmente, criaria Venom, o personagem que se tornaria o mais duro inimigo de Peter Parker.
A dificuldade de enfrentar Venom, para o Homem-Aranha se dá porque ele possui as mesmas habilidades aracnídeas do herói, contudo, ampliadas pelo físico do seu hospedeiro, costumeiramente Eddie Brock (um jornalista cuja carreira foi arruinada por Peter Parker). Para o Homem-Aranha, é como enfrentar uma versão melhorada de si.
Venom é fruto de uma era recente dos heróis em quadrinhos e isso conta muito para o seu visual extremamente musculoso (algo comum nos anos 1990, quando ele se destacou e se tornou um dos queridinhos dos fãs do aracnídeo).
Nos quadrinhos, o personagem cresceu e deixou as histórias do Cabeça de Teia. Foi vilão e foi mocinho, ocupou outros personagens, de Hulk a Thor, e foi para o espaço, onde ingressou na trupe dos Guardiões da Galáxia, equipe de desajustados que se tornou queridinha da Marvel nos cinemas.
O fato é que Venom talvez seja a criação recente das HQs que mais deu certo – talvez ao lado da Arlequina, na rival DC Comics. Furioso e, ao mesmo tempo doce, o vilão (ou herói) agora está espalhado por cartazes, de São Paulo a Califórnia. Algo que custa muito mais do que US$ 220.
Crítica: sem identidade e ambições, Venom é um filme pouco empolgante
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