A dúvida sobre se Bleach realmente foi cancelado em 2016 é recorrente entre os fãs da obra de Tite Kubo. O site Analyse It, especializado em análises detalhadas sobre o mercado de mangás, trouxe um estudo aprofundado sobre o caso, explicando o contexto das decisões editoriais da Weekly Shonen Jump e os fatores que levaram ao fim da série.
O que significa ser “cancelado” na Shonen Jump?
Na indústria dos mangás, o termo “cancelamento” pode ser interpretado de diversas formas. De maneira geral, significa que a editora decidiu encerrar uma série, seja nos primeiros meses de publicação ou após anos de existência. Esse processo é natural e comum dentro da Weekly Shonen Jump, revista conhecida por adotar um sistema competitivo, onde a continuidade de um título depende da popularidade e das vendas.
A maioria dos mangás da revista são encerrados por decisão editorial, o que não necessariamente significa que foram “cancelados” de maneira abrupta. Para evitar uma conotação negativa, o Analyse It sugere que o termo mais adequado para esses casos seja “descontinuação”, como ocorreu com séries como Katekyou Hitman Reborn, Beelzebub, Toriko e até mesmo JoJo’s Bizarre Adventure, que foram encerradas na revista, mas continuaram como obras de grande relevância.
A situação de Bleach em 2016
Bleach foi uma das séries mais populares da Shonen Jump nos anos 2000, chegando a vender mais de 800 mil cópias por volume em seu auge. No entanto, em 2016, seus números estavam em declínio, registrando cerca de 400 mil cópias por volume. Ainda assim, a obra de Kubo se mantinha entre os cinco mangás mais vendidos da revista, ficando atrás apenas de One Piece, Boku no Hero Academia, Haikyuu!! e Hunter x Hunter.
Apesar das boas vendas, a posição de Bleach na TOC (Table of Contents) da Shonen Jump indicava um cenário desfavorável. A TOC reflete a classificação editorial dos mangás dentro da revista, priorizando títulos que atraem mais leitores jovens. Bleach frequentemente ocupava posições baixas, o que levantou rumores de que o mangá estaria sendo “forçado” a um encerramento.
O Analyse It destaca que essa prática não era inédita. JoJo’s Bizarre Adventure, por exemplo, passou mais de dez anos entre os últimos colocados na TOC, mas nunca foi cancelado, pois suas vendas ainda eram relevantes. Esse fenômeno, conhecido como “Tratamento JoJo”, também se aplicava a Bleach, indicando que, apesar de não estar entre as prioridades da revista, a obra ainda tinha valor comercial.
A saúde de Tite Kubo e a decisão de encerrar Bleach
O fator determinante para o fim de Bleach, segundo o Analyse It, foi a saúde de Tite Kubo. Em entrevista publicada na Jump GIGA 2017 Vol. 2, o autor revelou que sofria de um grave problema no ombro, resultado do desgaste físico da serialização semanal. Essa condição o impediu de concluir a obra conforme planejado, levando-o a acelerar a reta final da história.
Essa revelação muda completamente a percepção de que Bleach teria sido cancelado exclusivamente por decisão editorial. O mais provável, segundo o site, é que o próprio Kubo tenha solicitado o encerramento antecipado, chegando a um acordo com a editora para concluir a série dentro de um prazo ajustado.
A resposta definitiva: Bleach foi cancelado?
Com base nas informações analisadas, o Analyse It conclui que Bleach NÃO FOI cancelado, diferente do que muitos acreditavam. Apesar de sua posição desfavorável na TOC, suas vendas ainda eram sólidas, e a decisão final de encerramento teve grande influência da saúde debilitada de Kubo.
O site reforça que, se Bleach tivesse sido cancelado no sentido tradicional da Shonen Jump, provavelmente teria sido encerrado de forma muito mais abrupta. Em vez disso, Kubo teve tempo para organizar um final, ainda que mais apressado do que o esperado.
Com a recente adaptação de Bleach: Guerra Sangrenta dos Mil Anos, a franquia segue mais viva do que nunca, provando que seu legado não foi interrompido, mas sim transformado em novas oportunidades para os fãs.
Fonte: Analyse It
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