Na CCXP 2024, Alice Braga participou de uma coletiva de imprensa para apresentar sua nova série, Yawara: Uma História Oculta do Brasil, que aborda os crimes cometidos contra os povos indígenas durante a ditadura militar. Durante o evento, nós do Ei Nerd tivemos a oportunidade de perguntar como engajar as novas gerações, especialmente jovens acostumados a conteúdos rápidos, com temas mais profundos, como os apresentados em Yawara.
Nossa pergunta destacou o desafio de atrair um público jovem que consome vídeos rápidos, como aqueles de 30 segundos. Comentamos sobre como é difícil apresentar conteúdos densos para uma geração que não viveu ou não tem conhecimento direto sobre a ditadura militar. Questionamos: como conectar esses jovens com histórias não-ficcionais mais complexas e densas?
Alice Braga respondeu apontando o papel central da cultura nesse processo. “Eu acho que a gente pode, através da cultura, conectar. Projetos culturais com muita história podem quebrar a barreira de que tudo é tão descartável e rápido. Acredito que, ao contar histórias que os jovens entendam e sintam proximidade, conseguimos comunicar melhor.”
A atriz explicou que a ideia por trás de Yawara é exatamente criar essa conexão. “O desejo de fazer Yawara era um pouco isso, comunicar, tentar acessar. Se conseguirmos que uma professora indique a série para jovens, eu já vou ficar feliz. Porque, ao menos, já conseguimos que algumas pessoas estudem e reflitam sobre o que estamos sentindo ao fazer essa produção.”
Alice ainda demonstrou confiança no potencial dos jovens para se interessarem por histórias mais profundas, desde que apresentadas de forma envolvente. “Eu acredito que, quando se cria algo autêntico, os jovens querem participar. Basta nós fazermos. São iniciativas como essa que podem transformar uma sociedade, começando do pequeno para o macro.”
Ela também ressaltou a importância de persistir nesse trabalho. “Às vezes, achamos que ninguém vai querer saber ou ouvir. Mas sempre há aquele jovem de 14 anos que vai escutar, se identificar e começar a se interessar.”
Yawara, que significa “onça” em Tupinambá, foi idealizada por Alice Braga em parceria com Daiara Tukano, artista e mestre em Direitos Humanos. A série promete trazer um olhar sensível e impactante sobre a história do Brasil, enquanto dialoga com o presente e o futuro das lutas indígenas.
Alice finalizou sua resposta com uma mensagem sobre a força transformadora da cultura. “O futuro é feito dessas conexões. É isso que queremos mostrar.”
A série, que tem estreia prevista para 2025, já desperta grandes expectativas como um marco no audiovisual e na preservação da memória histórica do Brasil.
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