Alien: Earth chegou ao seu episódio final entregando um desfecho que dividiu opiniões. O último capítulo trouxe polêmicas, acertos e também algumas falhas marcantes, que merecem ser analisadas com calma para entender se a série conseguiu encerrar sua história de forma satisfatória.
O peso da expectativa
Desde o início, a promessa de terror e tensão com os xenomorfos criou altas expectativas. No entanto, o último episódio mostrou que a maior ameaça da série não foi o alienígena, e sim os próprios híbridos. A ideia em si não é ruim, mas a execução deixou a desejar.
O xenomorfo, que deveria ser o grande destaque, acabou perdendo impacto em várias cenas. Durante o dia, por exemplo, a criatura parecia mais um homem em fantasia do que uma ameaça mortal. Isso prejudicou a atmosfera de terror que sempre foi a marca registrada da franquia.
(Divulgação/FX/Disney+)
Arma de Tchekhov por toda parte
Um dos conceitos mais explorados foi a chamada “Arma de Tchekhov”, quando um elemento introduzido na trama precisa ser usado mais tarde. O problema é que Alien: Earth abusou disso no final.
- A planta alienígena, que pouco tinha feito, acaba devorando a personagem Siberian.
- A Nibs persegue a Dra. Sylvia.
- O Morrow enfrenta o Kirsh.
- A Marcy captura o Kavalier.
Todos tiveram seu momento de acerto de contas. Porém, a forma como isso foi mostrado deixou a sensação de algo apressado e sem impacto, desperdiçando oportunidades de criar cenas realmente assustadoras.
O que deu certo
(Divulgação/FX/Disney+)
Nem tudo foi perdido. Um dos melhores ganchos da temporada foi o desfecho envolvendo o Olho. O corpo do Arthur, mostrado no início do episódio, acaba sendo possuído pela entidade misteriosa. Esse elemento pode render muito para uma possível segunda temporada, lembrando o clássico O Enigma de Outro Mundo (1982), de John Carpenter .
Outro ponto interessante foi a revelação de que o Atom Eins era um sintético. Se sua presença tivesse sido explorada com mais ação, a trama poderia ter ganhado um ritmo mais intenso e caótico.
A decepção com os personagens
Um dos maiores problemas foi a indecisão sobre a Marcy. A série deu a entender que ela poderia se tornar a grande vilã após a suposta morte da Nibs. No entanto, os roteiristas recuaram e mantiveram a personagem em um meio-termo. Essa escolha enfraqueceu a narrativa e reduziu o impacto do final.
O que esperar daqui pra frente?
Apesar dos problemas, o final deixou portas abertas. As naves da Weyland-Yutani chegando à Terra do Nunca são uma promessa clara de que ainda há muito a explorar. Se houver uma segunda temporada, certamente veremos uma carnificina desses soldados ao enfrentarem os alienígenas.
Porém, a grande questão é: como a cronologia da franquia vai lidar com a existência de um xenomorfo na Terra antes da chegada de Ripley? Essa pode ser uma armadilha narrativa difícil de justificar.
Alien: Earth teve um grande potencial, mas desperdiçou a chance de entregar uma experiência de terror marcante. O último episódio tentou amarrar muitas pontas de uma vez, sem dar o peso necessário aos desfechos.
Se houver uma segunda temporada, resta torcer para que os roteiristas aprendam com os erros e tragam uma trama mais ousada. Caso contrário, corre o risco de ser lembrada apenas como uma série que não entregou um final à altura do que prometia.
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