Nos últimos anos, a discussão sobre a representação feminina nos animes tem ganhado força, destacando diferenças significativas entre as produções da indústria de anime e os filmes do Studio Ghibli. Enquanto a maioria dos animes ainda lida com problemas como sexualização de personagens femininas e o uso exagerado de fan service, Ghibli permanece uma referência de personagens femininas fortes e bem desenvolvidas.
O Studio Ghibli, fundado por Hayao Miyazaki, sempre foi elogiado por criar mulheres protagonistas que são complexas e verdadeiras. Filmes como A Viagem de Chihiro e Princesa Mononoke são exemplos de como o estúdio se distancia dos estereótipos de gênero, oferecendo histórias que não colocam as mulheres em papéis de suporte ou como interesses amorosos para o protagonista. Em vez disso, Ghibli coloca suas personagens no centro da narrativa, permitindo-lhes crescer e enfrentar desafios de forma independente.
Por outro lado, muitos animes, especialmente aqueles voltados para o público shōnen, continuam a enfrentar críticas por relegar suas personagens femininas a papéis secundários ou por usar cenas de fan service como uma forma de entreter o público masculino. Sakura Haruno, de Naruto, é um exemplo clássico de uma personagem que começou com grande potencial, mas que teve seu desenvolvimento interrompido para focar nas jornadas dos personagens masculinos, como Naruto e Sasuke.
Mesmo com avanços em séries modernas como Attack on Titan e Jujutsu Kaisen, que conseguiram criar personagens femininas mais independentes e com arcos significativos, ainda há uma longa jornada para superar as tendências da objetificação e dos papéis limitados para mulheres nos animes.
Ao contrário, o Studio Ghibli conseguiu estabelecer desde os anos 80 uma abordagem mais humanizada e verdadeira para suas personagens, sem depender de estereótipos ou sexualização desnecessária. Protagonistas como San, de Princesa Mononoke, e Chihiro, de A Viagem de Chihiro, são exemplos claros de como as personagens femininas podem ser poderosas, sem precisarem se apoiar em clichês de gênero.
Enquanto o mercado de animes modernos ainda luta para equilibrar essas questões, os filmes do Studio Ghibli continuam a ser um modelo do que a indústria pode alcançar em termos de representatividade feminina.
Fonte: CBR
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