2015 teve poucos games interessantes na minha opinião. Tendo em conta que foi a minha primeira incursão no mundo de Metal Gear Solid, fiquei agradavelmente surpreendido quando adorei The Phantom Pain. No entanto, depois de ter sido um grande fã de Fallout desde o primeiro jogo, eu fiquei muito desapontado com o enredo do Fallout 4, pois parece que a Bethesda se livrou de todas as pequenas coisas – como o sistema de karma – que tornavam Fallout especial. E 2016 não começou bem, infelizmente. Eu achei The Witness bonito, mas um pouco chato, Far Cry Primal não foi o passo em frente que deveria ter sido e Street Fighter V foi lançado num estado frustrantemente inacabado. E também tivemos Tom Clancy’s The Division.
Eu fiquei muito decepcionado com o produto final e ponderei em como a Ubisoft pegou o potencial de uma Nova York pós-apocalíptica e transformou-a em um dos mundos abertos mais chatos que já experientei. Mas como eu assisti recentemente a transmissão ao vivo do Final Fantasy XV, dois pensamentos vieram a mim: “Finalmente!” e “Espero que este fique bom”. Esse segundo pensamento cínico, em seguida, me fez pensar, quando foi a última vez que tivemos um ano sólido de jogos onde eu não fiquei decepcionado com tudo o que joguei?
2004 e 2007 foram os primeiros anos que vieram em minha cabeça, mas depois de usar o meu cérebro um pouco mais, acabei voltando pra 1998. Foi quando Pokémon Red chegou ao Ocidente e o Nintendo 64 encontrou seu auge como o pontapé inicial um ano inesquecível de diversão e emoções.
Eu fui um dos milhões que foram capturados pelo vício de capturar animais selvagens fantástico em Pokémon Red – e Blue – e esse amor ainda não diminuiu. Eu encontrei-me nostálgico por Pokémon novamente durante uma recente viagem ao Japão e, mesmo aos meus vinte e tantos anos, não pude resistir à tentação de baixar um emulador de Game Boy no meu celular e explorar a região de Kanto com Charmander mais uma vez. Pokémon fez uma excelente primeira impressão sobre mim e muitos outros, mas foi apenas a ponta do iceberg. O primeiro jogo que eu ganhei no meu Nintendo 64 em 1998 foi Banjo Kazooie e, enquanto eu amei Super Mario 64, o jogo de plataformas 3D da Rare levou tudo o que tornou Mario bom e deixou ainda melhor. Posso estar em meus vinte e tantos anos, mas eu ainda dou risadas quando faço Kazooie cagar ovos num balde colorido.
Logo em seguida, eu ganhei aquele que muitos consideram o melhor jogo de todos os tempos, The Legend of Zelda: Ocarina of Time. Na verdade, eu tenho um emulador de Nintendo 64 no meu celular em vez de um Nintendo 3DS, simplesmente porque eu prefiro ter o Ocarina of Time original do que o – reconhecidamente bom – remake do 3DS. E, assim como uma cereja no topo de um bolo de indução de diabetes, mesmo os jogos menos notáveis do Nintendo 64 em 1998 foram excelentes como Mario Party – aquele destruidor de amizades e dedos – e Turok 2: Seeds of Evil.
No final de 1998, o meu irmão pediu um Playstation 1 de aniversário pros nossos pais. Logo de cara, todos os nossos amigos nos recomendaram o Metal Gear Solid, que eu não tive paciência de jogar aos meus dez anos de idade, mas adorava assistir as cutscenes enquanto meu irmão jogava. Você sabe, assistir jogos é criticamente menos divertido do que jogar, mas teve outro que eu preferi ficar como expectador: Gran Turismo, o melhor simulador de corridas da época. Mas é óbvio que eu competia o tempo no Playstation com o meu irmão. Megaman X4, Final Fantasy VIII e Resident Evil 2 basicamente resumiram as minhas férias de natal daquele ano.
Mas pra cada grande jogo de console que eu tive em 1998, o PC ofereceu uma quantidade considerável de diversão também. Doom foi a minha porta de entrada pro tiro em primeira pessoa, mas foi Half-Life que me fez perceber que o gênero tinha muito mais a oferecer do que apenas explodir demônios. Entre a história fantástica, os Headcrabs terríveis e a necessidade estranha e repentina de um pé de cabra na minha vida, Half-Life abriu meus olhos pro potencial do FPS. Mas, apesar de todas as emoções de Half-Life, o melhor jogo de PC que eu joguei em 1998 tinha que ser Fallout 2, o que é provavelmente uma opinião controversa pra alguns leitores.
O meu amor por Fallout tornou a minha decisão muito fácil, mas Fallout 2 me deu tudo o que eu estava esperando em uma sequência, algo que Fallout 4 não conseguiu fazer. Fallout 2 se livrou de limite de tempo incômodo do primeiro jogo, teve uma história mais sombria, mas igualmente convincente e recheava cada polegada de seu enorme mundo com referências culturais da década de 50. Pode parecer que eu sou apenas um gamer exigente que está apenas listando todos os meus jogos favoritos de 1998, mas há um ponto em tudo isso. Após a excitação nostálgica ao lembrar todas as minhas experiências favoritas, eu logo percebi que 1998 não foi apenas um bom ano pra mim, foi também o ano em que a indústria de jogos mudou pra sempre e cada jogo que eu mencionei influenciou nisso.
Pokémon cresceu pro gigante que é hoje graças ao pequeno cartucho do Red – e do Blue – de Game Boy, Metal Gear Solid deu origem ao gênero stealth e popularizou o uso de longas cutscenes dramáticas, Gran Turismo causou uma mudança nos jogos de corrida cartunescos pra simuladores realistas, se não fosse por Half-Life, o gênero FPS ainda estaria nos moldes antigos – e nós não teríamos Half-Life 2, Counter Strike, Team Fortress ou Portal -, Fallout 2 é o exemplo perfeito de como fazer uma sequência de um jogo amado, StarCraft da Blizzard fez explodir o gênero de estratégia em tempo real e, basicamente, criou o estilo competitivo como o conhecemos. E quem sabe onde o gênero de RPG estaria hoje, se Bioware não tivesse lançado o inovador Baldur’s Gate ou a Square não tivesse lançado o Final Fantasy VIII? E também tivemos o lindo Grim Fandango, o ainda aterrorizante Resident Evil 2 e o primeiro jogo de ação furtivo 3D pra PCs, Thief: The Dark Project. Não é difícil ver como 1998 foi o ano em que, essencialmente, moldou os games pro que conhecemos hoje.
E isso me traz de volta a 2016. Todos os anos, eu cruzo os dedos na esperança de que as expectativas se cumpram e que mais um ano como 1998 venha. Mas com base nas ofertas sem brio de 2016 até agora, eu já estou torcendo por 2017. Enquanto eu tenho fé que Uncharted 4 e Final Fantasy XV vão salvar o meu 2016, 1998 continua a ser auge dos videogames pra mim – e pra indústria – e eu não vejo isso mudando tão cedo.
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