Apocalipse zumbi pode acontecer na vida real? A ciência responde

Melo

Apocalipse zumbi pode acontecer na vida real? A ciência responde

A ideia de um apocalipse zumbi fascina e aterroriza a humanidade há décadas. Filmes, séries, quadrinhos e games exploram esse cenário apocalíptico em que os mortos se levantam para devorar os vivos. Mas existe alguma chance real de algo assim acontecer? A resposta da ciência pode surpreender.

A obsessão com zumbis não é recente. Histórias de mortos que retornam estão presentes em diversas culturas, desde a Mesopotâmia até a mitologia grega e nórdica. Um exemplo clássico é o poema A Descida de Ishtar, escrito há mais de 3 mil anos, que descreve um exército de mortos voltando para devorar os vivos.

O conceito de zumbi como conhecemos hoje surgiu no Haiti, entre os séculos XVII e XVIII, dentro da religião Vodu. Escravizados africanos temiam que, após a morte, seus corpos fossem reanimados por xamãs e obrigados a trabalhar para sempre. No cinema, o zumbi moderno nasceu com A Noite dos Mortos-Vivos (1968), de George Romero, estabelecendo regras que seguem até hoje: os zumbis são mortos que se levantam e só podem ser derrotados com um golpe na cabeça.

A ciência descarta zumbis ‘mortos-vivos’, mas alerta para epidemias

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O conceito de cadáveres que voltam à vida e atacam humanos é biologicamente impossível. Quando uma pessoa morre, suas células entram em colapso e começam a se decompor rapidamente, tornando qualquer tentativa de reanimação inviável.

No entanto, algumas doenças no mundo real têm sintomas semelhantes aos dos zumbis, como agressividade extrema e perda do controle motor. O vírus da raiva, por exemplo, se espalha por mordidas, causa comportamentos violentos e atinge o sistema nervoso. O mesmo vale para doenças causadas por príons, como o Kuru, que afetou uma tribo canibal na Papua-Nova Guiné e gerou sintomas de agressividade e perda de coordenação motora.

Fungos como o de The Last of Us podem infectar humanos?

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Na série e no game The Last of Us, um fungo chamado Cordyceps transforma pessoas em criaturas hostis. No mundo real, esse fungo existe e controla formigas, forçando-as a subir em galhos antes de serem devoradas de dentro para fora. A boa notícia é que o Cordyceps não afeta humanos, pois evoluiu para infectar insetos ao longo de milhões de anos.

No entanto, outros fungos estão se tornando uma preocupação real. O Candida auris, por exemplo, é um “superfungo” resistente a remédios e altamente letal, capaz de se espalhar em hospitais e causar surtos fatais.

Um apocalipse zumbi seria o fim da humanidade?

Caso um evento semelhante a um apocalipse zumbi acontecesse, as previsões são sombrias. Um estudo da Universidade de Leicester estimou que, em 100 dias, a população mundial seria reduzida a apenas 300 sobreviventes contra 300 milhões de zumbis. Outro estudo, feito por cientistas do CDC (Centro de Controle de Doenças dos EUA), chegou à mesma conclusão: se uma epidemia se espalhasse rápido demais, não haveria esperança.

Apesar disso, o próprio CDC publicou um guia de sobrevivência para um apocalipse zumbi como forma de chamar atenção para preparação em desastres reais, como pandemias e desastres naturais.

A ciência confirma que zumbis como os do cinema são impossíveis, mas alerta para os perigos de doenças reais que podem causar epidemias devastadoras. O maior risco está na evolução de vírus, fungos e príons que afetam o sistema nervoso humano.

Se um dia um “apocalipse zumbi” acontecer, ele será diferente dos filmes: será uma epidemia biológica e não um ataque de mortos-vivos. A pergunta que fica é: você estaria preparado para sobreviver?

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