Quando recebeu o roteiro do piloto de Ruptura em 2019, Britt Lower não imaginava que estava diante do papel que mudaria sua carreira. Sua agente, Jo Yao, da UTA, foi direta: as chances eram mínimas, mas valia a pena gravar uma self-tape para tentar o papel principal de Helly R.
“É um tiro no escuro, mas achamos que você é a pessoa certa para o papel”, recorda Lower em entrevista recente ao The Hollywood Reporter. Ciente de que testes fazem parte de um jogo de números, ela encarou a possibilidade de rejeição. Mas, dessa vez, algo foi diferente:
Passei um sábado mergulhada no roteiro e me apaixonei pela personagem. Pensei: ‘OK, esse é o melhor texto que já li’.
A fita acabou rendendo um chamado para uma audição presencial com Ben Stiller e Dan Erickson, criadores da série da Apple TV+. Lá, Britt Lower conquistou Stiller com uma risada — e saiu do teste convencida de que já tinha vencido só por isso. Pouco depois, veio a confirmação: ela seria Helly R., papel que lhe rendeu, em 2025, uma indicação ao Emmy.
Curiosamente, a primeira cena que gravou foi a mesma que abre o episódio piloto — Helly acordando em uma sala vazia sem saber quem é. Britt Lower usou o banheiro de sua casa em Los Angeles como locação, escolhendo o espaço pela iluminação. Pediu a um amigo que lesse as falas de Adam Scott (Mark S.) pelo intercomunicador e entregou uma performance tão física que deixou marcas pretas de sapato na porta branca.
Sobre a self-tape, ela comentou:
Minha abordagem para self-tapes é: mostre como você faria se já tivesse sido escolhida. Como se o diretor e a equipe estivessem atrasados e coubesse a você gravar a cena sozinha.
As marcas ficaram lá por um tempo, como lembrança:
Não moro mais naquela casa, mas deixei [as marcas] porque me lembravam desse momento especial em que pude ser a Helly por um dia.
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