O nome de George R. R. Martin é diretamente associado à fantasia sombria moderna, universo que deu origem a séries como Game of Thrones e A Casa do Dragão. No entanto, mesmo sendo uma das maiores referências do gênero, o autor já revelou que uma de suas maiores inspirações vem de um filme inesperado dos anos 1980: O Dragão e o Feiticeiro.
Lançado em 1981, o longa-metragem foi uma produção conjunta da Disney com a Paramount e não teve bom desempenho comercial na época. Ainda assim, ao longo dos anos, ganhou status cult — especialmente por conta de seu dragão, Vermithrax Pejorative, considerado por Martin como o mais impressionante já levado ao cinema.
“O melhor dragão já colocado em filme”, segundo Martin
Ao listar seus dez filmes de fantasia favoritos para o CBR, George R. R. Martin colocou O Dragão e o Feiticeiro na quinta posição. Sobre a criatura central da história, o escritor afirmou:
“Vermithrax Pejorative é o melhor dragão já colocado em filme (os dragões de Reino de Fogo são um segundo lugar bem próximo) e também tem o nome de dragão mais legal.”
Na trama, o reino fictício de Urland vive sob a ameaça constante do dragão, que exige sacrifícios humanos para poupar a população. A criatura, com cerca de 40 pés de comprimento e uma envergadura de asas de quase 30 metros, se tornou um marco por unir terror, complexidade e presença dramática, algo raro para a época.
Um dragão que influenciou Westeros
A influência de O Dragão e o Feiticeiro no trabalho de Martin é direta. Elementos como nomes e conceitos foram reaproveitados no universo literário de As Crônicas de Gelo e Fogo. Exemplos incluem o dragão Vermithor, claramente inspirado em Vermithrax Pejorative, que aparece em Fogo & Sangue.
Além disso, o tom moralmente ambíguo do filme também dialoga com a obra do autor. Em outro comentário sobre o longa, Martin destacou:
“Os vilões do filme são pintados em tons de cinza.”
Efeitos visuais revolucionários para a época
O impacto de Vermithrax vai além da narrativa. O dragão foi criado a partir de referências de animais reais, como cobras e aves, e ganhou vida graças ao trabalho do artista David Bunnett e de Phil Tippett, da Industrial Light & Magic. Para o filme, foi utilizada a técnica Go Motion, uma evolução do stop motion que reduzia a rigidez dos movimentos e aumentava o realismo.
O modelo físico do dragão era composto por várias partes, incluindo cabeça, cauda, asas e garras, todas operadas manualmente durante as filmagens, garantindo expressões mais naturais em cena.
Embora tenha sido um fracasso de bilheteria em seu lançamento, O Dragão e o Feiticeiro se consolidou como uma referência essencial da fantasia sombria no cinema. Décadas depois, Vermithrax Pejorative segue sendo citado como inspiração por criadores e fãs, reforçando o legado do longa e explicando por que ele ocupa um lugar tão especial na lista pessoal de George R. R. Martin.





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