Bebê Rena continua dando dor de cabeça para a Netflix

William Prado

Bebê Rena continua dando dor de cabeça para a Netflix

“Esta é uma história real”. Com essas palavras, a série Bebê Rena da Netflix deu início a uma enorme controvérsia.

A produção, que narra a vida de Donny Dunn, um comediante em ascensão, agora enfrenta sérias acusações legais devido à maneira como retrata pessoas reais.

Em 6 de junho, Fiona Harvey entrou com um processo de US$ 170 milhões contra a Netflix.

Ela alega que a série a retratou falsamente como uma predadora sexual e perseguidora condenada, resultando em danos irreparáveis à sua reputação.

A personagem na série é chamada de Martha, mas os fãs rapidamente identificaram Harvey como a verdadeira antagonista após o lançamento de Bebê Rena em 11 de abril.

Desde então, Harvey tem enfrentado uma enxurrada de ataques online.

“Como resultado das mentiras, má conduta e comportamento absolutamente imprudente da Netflix, a vida de Harvey foi arruinada”, afirma o processo.

A Netflix, por sua vez, defende o direito de Richard Gadd, criador e estrela da série, de contar sua história.

A série, que está prestes a se tornar a mais assistida da plataforma, também enfrenta questões sobre a integridade de Gadd.

Dois meses antes do processo de Harvey, a atriz trans Reece Lyons publicou nas redes sociais que um roteirista masculino de uma série da Netflix tentou envolvê-la romanticamente enquanto prometia um papel.

Novamente, Gadd foi identificado como o roteirista em questão, mas tanto ele quanto a Netflix se recusaram a comentar o caso.

A falta de supervisão rigorosa por parte da Netflix tem levantado questões, especialmente considerando o valor de mercado de US$ 283 bilhões da empresa.

Harvey não é a única a mover uma ação contra a gigante do streaming. Em março, um processo de Rachel DeLoache Williams, ex-editora de fotos da Vanity Fair, foi autorizado a seguir adiante.

Ela alega que a série Inventando Anna a retratou de maneira desfavorável. Outros casos incluem a empresa OneTaste e a dançarina Miranda Derrick, ambas alegando difamação em produções da Netflix.

No caso de OneTaste, que oferecia cursos de sexo tântrico, o processo por difamação foi inicialmente rejeitado, mas está sendo reavaliado em recurso.

Derrick, por sua vez, diz que recebeu ameaças de morte após a estreia do documentário Dançando para o Diabo, que a apresentou como membro de uma igreja controversa.

A série Bebê Rena também foi alvo de investigações internas. Uma publicação de Reece Lyons alegou que Gadd tentou persistir em um relacionamento mesmo depois que ela expressou suas preocupações.

A produtora Clerkenwell Films afirmou ter investigado e inocentado Gadd das acusações, mas fontes próximas à produção afirmam que ele exercia controle significativo sobre as decisões de elenco.

Advogados e críticos argumentam que a Netflix “joga de maneira irresponsável com os fatos”, colocando em risco a reputação de pessoas reais.

O advogado Jennifer Bonjean, que representa a fundadora da OneTaste, Nicole Daedone, afirma que a empresa apresenta suas produções como verdadeiras, causando danos reais.

Apesar das críticas, há quem defenda que a Netflix não é mais propensa a enfrentar ações legais do que outras distribuidoras, considerando o volume massivo de conteúdo que a plataforma produz.

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FONTE: Variety

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