Após o sucesso de Bebê Rena, a verdadeira mulher que inspirou Martha Scott (vivida pela atriz Jessica Gunning) apareceu recentemente para dar sua versão dos fatos. A perseguidora criticou a série, se declarou vítima da história e ainda atacou a atriz que interpretou a personagem.
Em entrevista ao jornal Scottish Sun, a escocesa alegou que muitas coisas “não são verdadeiras” na produção da Netflix. “Há uma atriz gorda que deveria ser eu. Sou muito atraente. Ele não é Brad Pitt“, ela exemplificou.
“Tenho uma reclamação contra a Netflix, pois isso está sendo anunciado como parte de uma história real. As pessoas provavelmente estão dizendo que eu sou uma assassina em massa. Isso não pode continuar. Vou chutar a bunda deles!”.
Apesar das críticas, a verdadeira Martha confirmou ser uma advogada e alegou que vai processar a plataforma.
“Sou uma advogada altamente competente. Eu teria que fazer isso sozinha. Estou muito bem. Tenho uma memória fotográfica e posso memorizar arquivos enormes. Eu era a número um na minha escola em tudo”.
A mulher também alegou que está recebendo ameaças de morte nas redes sociais, acusando a obra de ser “uma intrusão grosseira à privacidade”. Ela ressalta que “não será silenciada” pela produção.
“Eu sou a vítima aqui, não Richard Gadd. Sofri ameaças de morte como resultado da sua série, apesar do fato de que muitas das coisas que ele alegou não são verdadeiras”.
Quem é a Martha na vida real?
A verdadeira identidade de Martha parece ter sido definitivamente desvendada. Fiona Harvey é o nome que ressoa entre os fãs como a pessoa que inspirou a série. Usuários atentos fizeram essa associação e a informação ganha corpo nas redes sociais.
A produção do programa, liderada por Richard Gadd, optou por manter em segredo a identidade real de Martha. A intenção seria evitar interferências indesejadas na vida da pessoa por trás do personagem, uma estratégia que gera debates.
“Pense que a ideia é proteger a imagem de alguém jogando sua história no maior serviço de streaming da atualidade,” foi como colocaram alguns espectadores.
Fiona Harvey parece se encaixar no perfil, especialmente considerando tuítes de 2014 em seu perfil @FionaHarvey2014, onde ela mencionava Richard Gadd.
Apesar de ter interrompido as atividades no Twitter, Fiona é bastante ativa no Facebook, onde suas publicações são frequentes e vibrantes, reminiscentes da energia de Martha na tela.
Veja algumas imagens:
https://www.tiktok.com/@123mundonews/video/7363935621016014086
chocada q acharam o perfil da perseguidora real que inspirou martha na série ‘bebe rena’ https://t.co/NcPP6qQhiB
— MARTYE (@martyeoff) May 2, 2024
Bebê Rena é “a série mais angustiante do ano”
Bebê Rena não apenas dominou as discussões nas redes sociais, mas também despertou uma conscientização sobre a gravidade do assédio persistente.
A série retrata a jornada de um homem lutando contra uma perseguição incessante que transcorre ao longo de três anos.
O encontro inicial em um bar em Londres, na Inglaterra, onde a perseguidora de Gadd o aborda pela primeira vez oferecendo-lhe chá, dá início a um ciclo de eventos que se desdobra em uma perturbadora saga de assédio.
Ela começa a aparecer constantemente no trabalho de Gadd e em todas as suas apresentações, intensificando o tormento ao obter seu e-mail e número de celular, enviando-lhe mais de 41.000 mensagens e deixando 350 horas de mensagens de voz.
A série expõe não apenas as ações da perseguidora, que incluem enviar presentes indesejados e fazer falsas acusações à polícia, mas também a difícil realidade enfrentada por Gadd ao buscar ajuda.
“Fui repreendido por estar assediando a polícia com a minha história de assédio”, relatou Gadd ao jornal britânico The Guardian, destacando a falta de apoio inicial das autoridades.
A personagem inspirada na stalker, Martha, interpretada por Jessica Gunning, é mostrada como uma figura complexa, cuja maldade reflete sérios problemas de saúde mental.
Ao contrário de uma simples vilã, ela é retratada com nuances, considerando os desafios de saúde mental que enfrenta, um ponto enfatizado por Gadd em uma entrevista ao The Independent.
“Perseguição e assédio são uma forma de doença mental. Teria sido errado retratá-la como um monstro, porque ela não está bem e o sistema falhou com ela”.
A trama se aprofunda ao revelar a vulnerabilidade de Gadd, cujo alter ego na série, Donny, é igualmente marcado por experiências de abuso sexual passadas, detalhadas no episódio mais impactante da série.
Este episódio não apenas revela as camadas de dor de Donny, mas também explora a conexão destrutiva que pode surgir entre vítima e agressor – um tema raramente abordado com tal crueza na televisão.
A série avança retratando a luta interna de Donny, desde o reconhecimento de seus traumas até suas tentativas de lidar com eles, em um contexto que mistura a busca por sucesso profissional com a manipulação por indivíduos nefastos na indústria.
Bebê Rena é mais do que um drama televisivo: é um espelho das complexidades humanas enfrentadas por aqueles que são marcados pelo trauma e pela necessidade de serem ouvidos e compreendidos em suas batalhas mais sombrias.
A série é um forte lembrete do poder do cinema e da televisão em provocar discussão e mudança sobre temas que muitas vezes permanecem nas sombras.
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