‘Black Mirror’ encerra 7ª temporada com batalha espacial e homenagem a jogos em sequência de ‘USS Callister’

Andre Cananea

‘Black Mirror’ encerra 7ª temporada com batalha espacial e homenagem a jogos em sequência de ‘USS Callister’

A 7ª temporada de Black Mirror chegou ao fim com estilo, apostando em uma continuação de um dos episódios mais cultuados da série: USS Callister. Intitulado USS Callister: Into Infinity, o capítulo de 90 minutos mergulha os espectadores em uma jornada repleta de batalhas espaciais, clonagem e referências a clássicos da ficção científica e da cultura gamer.

(Divulgação/Netflix/Nick Wall)

A trama acompanha Nanette (Cristin Milioti) e sua tripulação — clones de colegas da empresa Infinity interpretados por Billy Magnussen, Osy Ikhile, Milanka Brooks e Paul G. Raymond. Ambientado poucos meses após os eventos de USS Callister, o novo episódio mostra a vida dentro da nave em declínio, até que um confronto intergaláctico se inicia após a chegada de jogadores enfurecidos.

Com impressionantes 669 cenas de efeitos visuais, o supervisor de VFX James MacLachlan enfrentou o desafio de equilibrar ação, estética e ritmo. “É bastante coisa para um episódio”, comentou em entrevista à Variety. Para planejar a batalha espacial, sua equipe recorreu a métodos pouco convencionais — como jogar aviõezinhos de papel no escritório e filmar com iPhones para testar movimentos de câmera.

As inspirações são evidentes: de Top Gun a Star Wars, passando por Jornada nas Estrelas e até imagens reais da Segunda Guerra Mundial. James MacLachlan explicou:

Queríamos que tudo fosse o mais impactante possível, com energia alta e sequências bem condensadas.

Entre os easter eggs, fãs atentos vão reconhecer uma referência hilária ao famoso meme de World of Warcraft: o grito de “Leeroy Jenkins” ecoa no momento em que a nave decola. “Queríamos manter a batalha ancorada no universo dos games”, disse o supervisor, revelando que o showrunner Charlie Brooker sugeriu incluir elementos como placas e chips eletrônicos nos cenários.

O clímax se equilibra entre o espaço e a garagem de Daly (Jesse Plemons), alternando tensão e explosões. “O desafio na edição era manter o suspense entre esses dois mundos contrastantes”, afirmou MacLachlan.

Outra sequência de destaque envolve o salto para o hiperespaço. Com feixes roxos e cianos — marca registrada do universo Callister —, o efeito foi inspirado em luzes de laser de discotecas antigas. “A ideia era parecer um túnel, e não apenas um espaço vazio”, explicou.

Já para cenas de teleporte e clonagem, a equipe usou motion control, gravando os movimentos à mão com os próprios celulares. Sobre isso, ele detalhou:

Marcamos o chão, filmamos ângulos e sincronizamos luzes com animações. Assim conseguimos ter a Cristin Milioti sentada e em pé na mesma cena.

Com USS Callister: Into Infinity, Black Mirror encerra sua sétima temporada mostrando que ainda sabe misturar crítica social, nostalgia pop e inovação tecnológica de forma afiada — e divertida.

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