James Gunn é um diretor e roteirista talentoso, ninguém pode negar isso. Ele é responsável por alguns dos momentos mais emocionantes e divertidos da Marvel e agora está no comando do futuro da DC nos cinemas. Mas chegou num ponto em que ficou impossível ignorar: James Gunn está se repetindo demais.
A fórmula que já cansou
O primeiro Guardiões da Galáxia foi incrível. O uso do walkman do Peter Quill e das músicas dos anos 70 deu um toque especial que marcou o cinema. Só que Gunn não largou mais disso. Em cada novo projeto — seja Guardiões 2, Guardiões 3, Pacificador, Creature Commandos ou até Superman — sempre tem personagem citando bandas, playlists, nostalgia musical. O problema é que, em vez de enriquecer os personagens, isso só deixa tudo com a cara do próprio James Gunn.
O mesmo vale para o humor. Em todas as produções, a piada escatológica, o nonsense exagerado e o personagem bobalhão que só serve de alívio cômico aparecem. Funciona de vez em quando, mas quando é sempre, cansa.
Além disso, Gunn insiste em repetir arquétipos:
- O personagem burro engraçado (Drax, Vigilante, Warlock).
- A mulher durona e traumatizada (Gamora, Nebulosa, Harcourt).
- O pet fofo ou esquisito (Rocket, Doninha, Águia, Krypto).
- E claro, o grupo de desajustados que precisa se unir.
Tudo isso pode até ser divertido isoladamente, mas quando se repete em todo projeto, perde o impacto.
Os eternos “daddy issues”
Outro vício de James Gunn são os dramas de pai. Quill e Ego, Rocket e o Alto Evolucionário, Pacificador e o pai nazista, Adebayo e Amanda Waller, Superman e as expectativas dos pais biológicos. Em todos os cantos da filmografia dele, esse tema aparece.
Na 2ª temporada de Pacificador, ele vai até ressuscitar o pai do personagem em uma realidade alternativa. Ou seja: mais uma vez a mesma fórmula.
O perigo para o DCU
O problema é que agora James Gunn não é só mais um diretor: ele é o chefe criativo de todo o novo DCU. Isso significa que essa fórmula repetitiva pode se espalhar em várias produções.
E já começou: Creature Commandos, Superman e Pacificador seguem a mesma linha. O medo de muitos fãs é que o universo DC perca diversidade criativa e vire apenas “o estilo Gunn”.
É por isso que muita gente está mais empolgada para Supergirl: Mulher do Amanhã, filme que não tem envolvimento direto dele, do que para a sequência de projetos em que Gunn continua usando suas velhas marcas registradas.
O recado é claro: James Gunn é talentoso, mas precisa se reinventar. Se não mudar, corre o risco de transformar o novo DCU em mais do mesmo.
Seja o primeiro a comentar