Muitíssimo mal acostumado com o excesso de liberdade que recebe da DC Comics como co-criador e produtor executivo da série animada da Arlequina, Justin Halpern revelou recentemente que a editora não é tão libertária quando o assunto é o Batman.
Em uma entrevista recente com a revista Variety, o produtor falava justamente sobre essa liberdade de expressão ao trabalhar com supervilões.
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“É incrivelmente gratificante e livre usar personagens que são considerados vilões porque tem muito mais margem de manobra”, ele disse.
Ele citou um exemplo real de uma situação em que o braço pesado da censura o pegou de surpresa: quando trouxe a proposta de expor a vida íntima de Batman, em uma cena de sexo com a Mulher-Gato.
“Nesta terceira temporada tivemos um momento em que Batman estava ‘partindo pra cima’ da Mulher-Gato. E a DC estava tipo ‘você não pode fazer isso. Você absolutamente não pode fazer isso. Heróis não fazem isso’”, relatou.
Halpern ainda continua comentando que chegou a bater de frente e a resposta que recebeu foi: “Não. É que vendemos brinquedos de consumo para heróis. É difícil vender um brinquedo se Batman também está ‘atacando’ alguém”.
A polêmica do herói sem roupas
Uma situação bem parecida também aconteceu em 2018, quando o Homem Morcego surgiu totalmente nu na primeira edição da revista ‘Batman: Damned‘. A história gerou tanto pano para manga que a cena foi removida em novas reimpressões e em todas as versões digitais da trama.
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A Variety ainda observa que, quando o assunto é a Arlequina (conhecida como vilã), a DC permite que os produtores desafiem os limites dos personagens, especialmente quando o assunto é a revelação do lado íntimo destes.
Na mesma série animada, por exemplo, a personagem desenvolveu um romance com outra vilã: Hera Venenosa. As duas chegaram a fazer sexo em uma cena, que foi ao ar em 2020.
Sobre o Batman
Batman, um dos personagens mais importantes da DC e da cultura pop como um todo, é um herói que vive no imaginário até mesmo do público que não é ligado aos quadrinhos, séries e filmes.
Trata-se de um ícone, status que alcançou ao longo de seus 80 anos de existência, desde a primeira HQ de Bob Kane e Bill Finger, até os filmes milionários da DC.
O arquétipo do Homem-Morcego foi repetido à exaustão antes e depois de sua criação: Bruce Wayne é um homem rico e solitário, que vive uma vida aparentemente extravagante.
Só que tudo isso não passa de uma fachada para suas atividades noturnas como vigilante da cidade de Gotham, que lembra a Nova York real, mas é assolada por criminosos completamente insanos, que têm no Coringa seu principal representante e rival do Cavaleiro das Trevas.
Nascido nos quadrinhos, o personagem rapidamente migrou para a TV, onde ganhou um aspecto mais inocente, menos sério e denso. A atmosfera sombria seria mantida em parte nos quadrinhos e principalmente com os filmes, começando com o de Tim Burton, de 1989.
Os anos 90 veriam alguns equívocos cinematográficos, mas em 2005 Christopher Nolan começaria a trilogia que muitos consideram definitiva.
A versão do Universo Estendido da DC manteria o clima sisudo de um herói que foi criado para lutar contra a escuridão noturna. Seus intérpretes mais famosos são Adam West (na série de TV), Michael Keaton, George Clooney, Val Kilmer, Christian Bale e Ben Affleck, que passou o manto para Robert Pattinson.
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