Chernobyl: o que aconteceu com os personagens na vida real

Augusto Ikeda

Chernobyl: o que aconteceu com os personagens na vida real

A minissérie Chernobyl, lançada recentemente na HBO, logo se tornou um sucesso entre o público e a crítica por retratar, de forma praticamente fiel, os eventos do maior desastre nuclear da história. Muitos de seus personagens foram inspirados em pessoas reais que se arriscaram para evitar algo pior. E afinal, o que foi que aconteceu com elas?

Com isso em mente, confira abaixo o que aconteceu com os personagens reais de Chernobyl.

Valery Legasov

chernobyl

O cientista responsável por lidar com o desastre nuclear de Chernobyl foi Valery Legasov, já considerado por muitos o que seria o personagem principal da série. Legasov se suicidou em 27 de abril de 1988, dois anos e um dia após o acidente. Ele tinha apenas 51 anos de idade.

Inga Valerievna, filha de Legasov, já disse em uma entrevista que o pai morreu como consequência dos efeitos psicológicos de seu envolvimento com o desastre de Chernobyl.

Os reatores nucleares RBMK

Agora, vamos falar não de um personagem, mas sim de algo que ajudou a causar o desastre: os reatores nucleares RBMK. No final da minissérie, é revelada a informação de que eles tinham um erro estrutural que realmente poderia resultar em um desastre, e foi exatamente o que aconteceu em Chernobyl.

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Após a morte de Legasov e a subsequente circulação de áudios que gravou sobre o acidente dentro da comunidade científica, os oficiais soviéticos admitiram a falha e reavaliaram a construção desses reatores para evitar um novo acidente deste tipo.

Boris Scherbina

Boris Scherbina apareceu doente no final de Chernobyl, por conta do tempo que ficou exposto à radiação. Ele morreu em 22 de agosto de 1990, quatro anos e quatro meses após o desastre, aos 70 anos de idade.

Antes de morrer, Scherbina ainda assumiu um papel semelhante ao de Chernobyl quando teve lidar com o terremoto que devastou a Armênia em 1988.

Victor Bryukhanov, Anatoly Dyatlov e Nikolai Fomin

Os homens considerados responsáveis pelo desastre de Chernobyl. Victor Bryukhanov, Anatoly Dyatlov e Nikolai Fomin tiveram de cumprir 10 anos de trabalhos forçados por conta do acidente que causaram. Após cumprir sua pena, Fomin foi trabalhar em uma nova usina nuclear na cidade russa de Kalinin. Dyatlov, que conseguiu uma anistia e só cumpriu cinco anos da pena, morreu em 1995 por conta de complicações causadas pela radiação.

Por fim, Bryukhanov também só cumpriu metade da sentença e hoje vive em Kiev, capital da Ucrânia. Ele afirma que nem mesmo a Rússia sabe as causas verdadeiras do desastre.

Lyudmilla Ignatenko

Lyudmilla Ignatenko era esposa de Vasily Ignatenko, um dos bombeiros que foram chamados para conter a explosão do reator na usina nuclear. A série tratou com fidelidade tanto a morte de Vasily quanto a da bebê que Lyudmilla esperava com seu marido.

Na vida real, Lyudmilla sofreu uma série de derrames e recebeu a notícia de que não conseguiria ter mais filhos. No entanto, os médicos erraram e hoje, ela vive ao lado do filho em Kiev.

As pessoas da ponte

No primeiro episódio de Chernobyl, um grupo de pessoas, que estava acompanhado dos filhos, observou o que acontecia na usina nuclear.

De acordo com o final da série, nenhuma dessas pessoas que viu o desastre nesse local está viva para contar a história. Por conta disso, essa ponte ganhou o apelido de “Ponte da Morte.”

Mineradores

Um grupo de 400 mineradores foi enviado até Chernobyl para lidar com as consequências do desastre nuclear.

De acordo com o final da série, 100 desses trabalhadores morreram antes de completar 40 anos de idade.

Mergulhadores

Além desses mineradores, um grupo de três mergulhadores se voluntariou para ir até a água contaminada dentro do reator para evitar que algo ainda mais sério acontecesse.

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Mas por incrível que pareça, esses três mergulhadores conseguiram sobreviver a essa arriscada missão, e dois deles ainda estão vivos.

A Zona de Exclusão

Desde o acidente, a área no entorno de Chernobyl ganhou o nome de Zona de Exclusão. Do lado ucraniano, nenhuma pessoa pode morar dentro desse local. No entanto, a história é diferente do lado bielorrusso.

De acordo com a jornalista holandesa Franka Hummels, a Bielorrússia tem uma relação “estranha” com Chernobyl, muito por conta das ações do presidente Alexander Lukashenko, considerado por muitos o último ditador da Europa.

“A Bielorrússia tem essa relação estranha com Chernobyl por conta da propaganda da ditadura. Se o governo diz que é seguro, sua vida fica mais fácil e você aceita isso. As pessoas optaram por acreditar que é seguro”, disse.

A usina de Chernobyl

A Usina Nuclear de Chernobyl ainda existe. Os demais reatores que não explodiram continuaram a funcionar mesmo após o desastre. Em outubro de 1991, o reator 2 pegou fogo e nunca mais foi ligado. O número 1 foi desligado em 1996 e o número 3, em 2003. Todos os três reatores passam pelo processo de descomissionamento, ou seja, de desativação total.

Já o reator 4, o que causou o desastre, é cercado por uma espécie de sarcófago desde o acidente para evitar que a radiação se espalhe pelo local. Uma nova estrutura de confinamento foi colocada no local no final de 2018, e por lá deve ficar pelos próximos 100 anos.

Fonte: Comicbook

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