O mundo dos videogames foi surpreendido com o anúncio da saída de Gregg Mayles, um dos nomes mais lendários da Rare e co-criador de Banjo-Kazooie. Após décadas de contribuições que moldaram a infância de milhões de jogadores, o desenvolvedor anunciou sua aposentadoria em uma publicação no X (antigo Twitter) — no melhor estilo Mayles: em forma de rima.
A notícia chega em um momento delicado para o estúdio britânico, que recentemente viu o cancelamento de Everwild, projeto que prometia ser uma das experiências mais únicas já criadas pela Rare. Com o jogo engavetado e diversos talentos veteranos deixando a empresa, o futuro do estúdio começa a gerar incertezas entre os fãs.
Um nome que definiu a Rare dos anos noventa
É impossível falar da era de ouro da Rare sem mencionar Gregg Mayles. Ele foi parte essencial da equipe responsável por transformar o estúdio em um fenômeno nos anos noventa, criando títulos que marcaram gerações — de Battletoads e Donkey Kong Country a Banjo-Kazooie e GoldenEye 007.
Ao lado de seu irmão Steve Mayles, Gregg foi o cérebro por trás do carismático urso e da tagarela ave que conquistaram os corações dos jogadores do Nintendo 64. O sucesso de Banjo-Kazooie não só consolidou a Rare como uma potência criativa, mas também definiu um padrão para os jogos de plataforma 3D da época.
Da Nintendo ao Xbox: uma jornada de altos e baixos
Com a compra da Rare pela Microsoft em 2002, o estúdio passou por uma grande transformação. Embora tenha continuado a produzir títulos de qualidade, como Viva Piñata e Kinect Sports, o mesmo brilho dos anos noventa parecia ter se apagado.
Ainda assim, Mayles permaneceu firme dentro da empresa, assumindo funções de designer, diretor e, mais tarde, diretor criativo do estúdio. Seu trabalho mais recente, Sea of Thieves, foi um sucesso de longo prazo, conquistando uma base fiel de jogadores e mostrando que a Rare ainda tinha fôlego para criar experiências únicas.
Everwild: o sonho que nunca se realizou
Infelizmente, o último grande projeto de Gregg Mayles, Everwild, não chegou a ver a luz do dia. O jogo prometia uma ambientação mágica e misteriosa, com um estilo artístico deslumbrante e foco em narrativa. Porém, segundo relatos, o desenvolvimento enfrentou diversos problemas internos, resultando em seu cancelamento junto a outros projetos da Rare, como Project Blackbird e Perfect Dark.
Recentemente, algumas imagens inéditas do jogo vazaram na internet, revelando um vislumbre do que poderia ter sido a nova grande aposta da Rare. Para os fãs, o cancelamento foi um duro golpe — especialmente por marcar o fim da trajetória de um dos maiores criadores do estúdio.
O legado de Gregg Mayles e o futuro da Rare
Desde que entrou na Rare, ainda em 1987, Gregg Mayles foi sinônimo de criatividade, humor e inovação. Seu toque está presente em cada detalhe de jogos que marcaram gerações — das fases desafiadoras de Donkey Kong Country à personalidade encantadora de Banjo-Kazooie.
Agora, com sua saída, muitos fãs se perguntam: o que será do futuro da Rare? Com grande parte de seus talentos originais deixando o estúdio e a ausência de novos títulos da franquia Banjo, o público mantém a esperança de que a empresa volte às suas raízes — talvez com uma nova geração assumindo o manto que Mayles ajudou a construir.
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