Mesmo após quatro décadas desde a estreia, ‘De Volta Para o Futuro’ continua sendo um dos maiores clássicos da ficção científica. Mas, segundo o co-criador Bob Gale, a franquia jamais ganhará um quarto capítulo — e ele explica exatamente o porquê.
Em entrevista ao ScreenRant, Gale relembrou as diversas propostas de continuação que ele e o diretor Robert Zemeckis receberam ao longo dos anos.
Muitas vieram de fãs e até de executivos de estúdio, mas nenhuma passou da fase de conversa. Rindo, Gale comentou que ideias de estúdio raramente são boas.
Apesar de admitir que “houve algumas ideias interessantes”, o roteirista deixou claro que o grande obstáculo sempre foi o fator tempo — e, principalmente, a ausência de Michael J. Fox, o eterno Marty McFly.
O problema é que, quando você volta a algo muitos anos depois, a primeira coisa que eu diria é: ‘Você quer ver De Volta Para o Futuro sem o Michael J. Fox?’ Não, ninguém quer ver isso. Então, pronto, está fora da mesa. Depois disseram: ‘Agora temos IA, podemos fazer isso’ — ‘Não, também não vamos fazer isso.’
Gale reforçou que ele e Zemeckis decidiram “não mexer em algo que deu certo”, preferindo preservar o legado da trilogia original. Ele também citou ‘Star Wars’ como exemplo de uma franquia que acabou desgastada por insistir em continuações:
O que as pessoas pensam sobre Star Wars agora? Não é mais o que era. E há muitas franquias assim, porque às vezes você simplesmente não deve voltar ao poço.
O roteirista também falou sobre o motivo pelo qual acredita que a história ainda se mantém relevante após 40 anos.
As pessoas dizem que De Volta Para o Futuro, que é um filme sobre viagem no tempo, é na verdade um filme sobre família. Todo mundo já se perguntou: ‘Como eu cheguei aqui? O que meus pais faziam no primeiro encontro?’ Isso é algo universal, algo com que qualquer pessoa pode se identificar.
Gale ainda comentou que o vilão Biff Tannen representa um tipo de personagem que nunca deixou de existir:
Sempre existiram valentões. Foi por isso que criamos o Biff. Quando eu era criança, havia um na escola — na verdade, mais de um. E, infelizmente, isso não vai desaparecer.
Ao revisitar a franquia no espetáculo teatral ‘Back to the Future: The Musical’, Gale disse que foi curioso olhar para os anos 1980 como uma época distante:
Percebi que, agora, olhar para os anos 80 é um período mais longo do que era olhar para os anos 50 quando fizemos o filme. É muito estranho pensar nisso.
Mesmo sem um novo capítulo planejado, ‘De Volta Para o Futuro’ segue como uma das trilogias mais queridas do cinema — e, se depender de Gale e Zemeckis, continuará exatamente assim.




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