O Brasil registrou um aumento de 282% nas matrículas em cursos de Inteligência Artificial Generativa (IA Gen) em 2024, superando a média global (195%) e da América do Norte (135%), conforme aponta o Relatório Global de Habilidades 2025, com dados da plataforma Coursera*.
Esse salto coloca o país como um dos principais pólos de aprendizado em IA na América Latina e evidencia o avanço da transformação digital e do interesse por competências tecnológicas no mercado nacional, avalia a plataforma.
O relatório analisa tendências de capacitação em mais de 100 países, com base no desempenho de mais de 170 milhões de alunos. No ranking global de proficiência, o Brasil ocupa a 63ª posição geral e a 9ª na América Latina, com destaque para as áreas de negócios (68%), ciência de dados (59%) e tecnologia (57%). No recém-lançado Índice de Maturidade em IA, que avalia o preparo de um país em pesquisa, inovação e capacitação em inteligência artificial, o Brasil aparece em 2º lugar na região latino-americana.
Ainda de acordo com o relatório, esse avanço é impulsionado por iniciativas conjuntas do Governo e do setor privado, que buscam modernizar a força de trabalho frente às transformações provocadas pela IA e pela automação. Houve crescimento significativo nas matrículas em áreas como aprendizado de máquina e IA (+199%), cibersegurança (+111%), pensamento crítico (+26%) e pensamento criativo (+35%) — habilidades fundamentais para enfrentar os desafios de um mercado de trabalho em evolução.
Urgência para ampliar o acesso à formação digital e à capacitação em IA
Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, 91% das empresas no Brasil estão investindo ativamente em requalificação profissional, e quase 90% planejam expandir esse investimento nos próximos cinco anos, mostrando a urgência de ampliar o acesso à formação digital e à capacitação em IA.
Apesar dos avanços, o relatório evidencia desigualdades de gênero. As mulheres representam apenas 25% das matrículas em IA Gen e 18% nos Certificados Profissionais, embora constituam metade da base de alunos da plataforma no país. O dado sinaliza a necessidade de promover maior inclusão feminina em áreas de alta demanda tecnológica.
Outros destaques incluem o crescimento de cursos voltados para habilidades híbridas — como comunicação, liderança, aprendizado profundo e visualização de dados —, refletindo a valorização de profissionais com competências técnicas e humanas.
Com uma base de 6,7 milhões de estudantes no Brasil e idade média de 36 anos, o país está se posicionando de forma estratégica para enfrentar os desafios da nova economia digital. O aumento expressivo na busca por habilidades ligadas à IA, tecnologia e pensamento crítico aponta para um cenário promissor em termos de inovação, inclusão e competitividade global.
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