Como o filme de origem do Coringa pode modificar os demais longas da DC?

Augusto Ikeda

Como o filme de origem do Coringa pode modificar os demais longas da DC?

Ontem, foi divulgada a notícia de que o renomado diretor Martin Scorsese foi escolhido para produzir um filme de origem do Coringa, o que deixou os fãs muito animados. O filme seria escrito por Todd Philips (diretor da franquia Se Beber, Não Case), e que ele não fará parte da continuidade do Universo Estendido da DC (UEDC).

O anúncio também pode ser considerado uma forma da DC conseguir responder à rivalidade que possui com o Universo Cinematográfico da Marvel (UCM). Afinal de contas, excluindo o filme da Mulher-Maravilha, o UEDC já recebeu uma chuva de críticas e está enfrentando alguns problemas de produção.

Então, como que esse filme de origem do Coringa pode mudar a sorte do UEDC? Confira abaixo 10 possibilidades:

10) O retorno das produções mais sérias e menos fantasiosas

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Não é preciso ir muito longe para lembrar que há algum tempo, ninguém estava preocupado em criar um universo cinematográfico para ligar diversos filmes. Sim, é algo legal, conforme visto no Universo Cinematográfica da Marvel ou da própria DC, mas é preciso um bom planejamento (pergunte a Universal como que está indo seu universo de monstros).

O último filme de super-herói que foi feito sem a necessidade de criar um universo ao seu redor foi O Cavaleiro das Trevas Ressurge, de 2012. E nem seria preciso lembrar que foi um filme que dividiu águas e modificou, em alguns aspectos, os filmes de super-heróis. Da mesma forma que o longa de origem do Coringa deve abordar, a trilogia de Christopher Nolan foi inspirada, principalmente, no gênero de crime, utilizando aspectos de títulos como Os Infiltrados e Fogo Contra Fogo.

Essa é uma das razões que explicam porque a trilogia teve tanto sucesso. Alguns fãs até podem ter lamentado o fato de se parecer demais com o mundo real, mas ainda assim, a adaptação de Nolan foi fiel ao material de origem, mesmo com a escolha de tal abordagem.

Com esse novo filme do Coringa, pode ser que a Warner opte por retornar às raízes da trilogia O Cavaleiro das Trevas. Ele não iria, necessariamente, negar a existencia do universo da DC nos cinemas, mas poderia, ao menos, mostrar que existem pontos positivos e negativos com relação a tal aproximação de desenvolver um universo em comum.

9) Mais filmes prequela

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Uma ramificação óbvia que pode surgir a partir desse filme do Coringa é que pode provocar uma onda de filmes prequelas ou que mostrem às origens dos super-heróis. Sabemos que a série O Espetacular Homem-Aranha retomou a origem do herói e não foi muito bem sucedida, mas a questão é como abordar isso.

Esse tipo de filme não precisa, necessariamente, seguir uma origem. No caso do Batman de Ben Affleck, existe toda uma carreira como combatente do crime para ser explorada, já que Batman vs Superman optou por mostrar um herói mais velho e já refinado. Não é a toa que o diretor do filme solo do Cavaleiro das Trevas, Matt Reeves, já afirmou que o filme não terá ligação com o UEDC.

Mulher-Maravilha foi uma espécie de prequela para Batman vs Superman, e apesar de não ter gerado uma resposta da própria DC ou da Marvel (Capitã Marvel pode ser a única comparação), criar um filme único e sem ligação com o universo tem o potencial para desenvolver isso.

8) Mudança de tom

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Um grande criticismo que o UEDC enfrenta é que muitos consideram seus filmes muito sérios e sombrios. O Homem de Aço, em particular, pareceu um verdadeiro drama do Superman, sendo que ele deveria ser uma figura inspiracional.

Sim, não há nada que impeça a DC de querer mudar o tom de seu universo. Mulher-Maravilha já nos pareceu uma mistura perfeita de ação, drama e humor. Uma possibilidade é navegar em um universo que pode ter diversos tons e personagens diferentes, como já acontece nos quadrinhos.

Sim, Deadpool pode ter modificado um pouco o gênero por sua abordagem mais adulta, assim como a Marvel já havia tentado com o Justiceiro e o Motoqueiro Fantasma (nesses casos, sem muito sucesso). Esses filmes podem ser uma forma de diferenciar as continuidades cinemáticas principais daquelas com uma temática diferente. É uma outra opção a se considerar.

7) A criação de um multiverso

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A DC não precisará de muitos esforços para separar um filme da continuidade do UEDC. Existe um enorme potencial para criar, na realidade, um enorme multiverso.

Vamos nos lembrar que o filme solo do Flash será inspirado no evento Flashpoint (clique aqui para entender mais sobre ele), então esse novo filme do Coringa só aumentaria a suspeita dos fãs de que o UEDC, na verdade, está se transformando em um multiverso cinemático.

Para aqueles fãs mais casuais, a ideia de um multiverso sempre foi um ponto central nos quadrinhos da DC. Existem 52 universos diferentes dentro desse multiverso, e a editora já encontrou uma forma de explorar cada um deles, em algum momento ou de alguma forma, seja por meio de viagens no tempo ou para outras dimensões.

De qualquer jeito, fica cada vez mais claro que a ação em uma realidade alternativa deve acontecer em algum ponto do futuro do UEDC.

6) Superman: Entre a Foice e o Martelo?

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Já houve conversas sobre a possibilidade de criar um filme do Superman inspirado na história Entre a Foice e o Martelo, mas nada mais foi comentado desde então. Mas esse novo longa do Coringa, bem como o Flashpoint, podem fazer a Warner trabalhar nessa ideia.

Apesar da escolha de adaptar a história do escritor Mark Millar ser pouco convencional e até mesmo bizarra, ela foi um enorme sucesso após ser lançada, há uma década. Um filme animado acabou não dando certo, e essa possibilidade de um multiverso abre diferentes alternativas para o UEDC. Um filme de Entre a Foice e o Martelo não seria apenas viável, mas também muito interessante e animador.

Talvez até seja um ponto fundamental para que os filmes da DC tenham um diferencial em relação aos longas da Marvel.

5) Gotham By Gaslight?

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A graphic novel Gotham By Gaslight é considerada a primeira história da série Elseworld, que não faz parte do universo cânone da DC. Seria uma escolha perfeita para a DC inovar o gênero de super-heróis nas telonas.

Escrita por Brian Augustyn e ilustrada pelo criador do Hellboy, Mike Mignola, Gaslight se passa na época Vitoriana (final do século XIX), onde o Batman tenta rastrear Jack, o Estripador em Gotham. E pode acreditar que a história é muito boa. Tanto que outros quadrinhos surgiram dentro da série Elseworld.

Da mesma forma que Entre a Foice e o Martelo, seria uma história perfeita para a DC se diferenciar dos concorrentes. E um diretor como Guy Ritchie seria perfeito para o possível longa.

4) A visão apocalíptica do Batman

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Um momento que está na mente dos fãs da DC é a visão apocalíptica do Batman em Batman vs Superman, na qual Bruce Wayne imaginou estar em um mundo dominado por um Superman ditatorial, da mesma forma que ocorre nos games da série Injustice.

Nessa visão, existem tantas coisas que remetem histórias famosas, como em Crise em Duas Terras, que não parece se tratar apenas de um pesadelo de Bruce. É outra possibilidade a se considerar.

Imaginar um filme do Batman no estilo Mad Max, no qual o Cavaleiro das Trevas é o líder de uma resistência contra o Superman, pode ser uma ideia que tenha a aprovação dos fãs, especialmente aqueles que não gostam muito da maneira que Henry Cavill interpreta o Homem de Aço.

Seria uma nova aproximação e uma forma diferente de retratar o herói nesse universo.

3) Multiversity

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Sim, a conversa já pode ter se tornado algo até mesmo abstrato, mas se você gosta da ideia de viagens no tempo e narrativas interdimensionais, o quadrinho Multiversity é outra opção que a DC pode seriamente considerar.

A história de Multiversity é tão bem escrita e fantástica que uma adaptação para as telonas seria perfeita.

Basicamente, um ser de outro mundo começa a causar confusões no multiverso da DC, e cada Terra precisa lidar com seu problema. Aqui, vemos diferentes versões dos icônicos personagens da DC, como o Superman da Terra-23 (que muitos consideram o melhor), que juntam suas forças para acabar com essa ameaça, e o final é recompensador para os fãs.

Sim, é bem provável que a ideia nem saia do papel, mas se a DC realmente está pensando em criar um multiverso cinemático, a história de Multiversity não pode ficar de fora.

2) “Se eu tenho um passado, eu prefiro que seja em múltipla escolha!”

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Agora, vamos deixar esse papo de multiverso um pouco de lado e retornar para o Coringa. Quando se discute as origens do Palhaço do Crime, nem o próprio sabe explicar sua história. Em 1988, ele disse: “Se eu tenho um passado, eu prefiro que seja em múltipla escolha!”

O escritor Grant Morrison investiu tanto na ideia de que o Coringa é tão alucinado e psicótico que o vilão é capaz de se reinventar constante e esporadicamente. É a melhor explicação sobre as mudanças frequentes do personagem com o passar dos anos – seja em aparência ou comportamento – e também poderia funcionar para o UEDC. Caso o ator Jared Leto abandone o papel, abriria espaço para a Warner reintegrar o Palhaço do Crime, de forma orgânica, para a continuidade do universo.

Essa ideia de que o Coringa pode se reinventar também pode dar a liberdade para diretores, escritores e atores desenvolverem sua própria versão do vilão, sem a necessidade de um reboot. Mesmo que o filme de Scorsese tenha a inteção de dar uma origem definitiva para o Palhaço do Crime, isso não impediria o surgimento de novas versões do personagem nos cinemas.

1) UEDC sem o Batman de Affleck

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Por fim, todos sabemos que o filme solo do Batman está enfrentando alguns problemas de produção e não deve ser lançado até 2019. O principal deles é que ninguém ainda tem certeza se Ben Affleck continuará no papel.

Alguns fãs não gostaram dessa versão do Batman. Sim, o roteiro de Batman vs Superman pode ter atrapalhado, mas se o personagem estiver passando por problemas em seu desenvolvimento e Affleck não seja mais o ator ideal para interpretá-lo, esse filme do Coringa poderia ganhar um novo significado.

Já não estamos dizendo que o filme solo do herói será um fracasso. Mas se a produção realmente está passando por sérios problemas – e se Affleck é o grande centro disso – esse longa do Coringa pode ser uma resposta direta e desviar um pouco a atenção. Caso contrário, podemos imaginar que isso abre a possibilidade de um multiverso sem Ben Affleck, e para que um Batman menos cínico entre em ação.

As escolhas da Warner e da DC para seus filmes continuam confusas, mas isso não significa que o universo não possui mais potencial. Se as coisas começarem a funcionar daqui pra frente, o UEDC tem de tudo para engrenar de vez. Afinal de contas, pode ser apenas uma questão de ter mais paciência.

Fonte: WhatCulture

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