Antes de “Game of Thrones”, o autor quase abandonou a escrita — e foi um obscuro longa de ficção científica que mudou tudo
Antes de conquistar o mundo com ‘As Crônicas de Gelo e Fogo’ e se tornar um dos escritores mais influentes do século, George R.R. Martin passou por uma fase complicada. Nos anos 1980, o futuro criador de ‘Game of Thrones’ enfrentava dificuldades financeiras e uma carreira literária instável. Foi então que um pequeno filme de ficção científica — praticamente esquecido pelo público — acabou mudando o rumo de sua vida.
O longa em questão é Viajantes Noturnos (Nightflyers), lançado originalmente em 1987 e baseado em uma novela escrita por Martin em 1980, publicada na revista Analog. Décadas depois, a história voltaria a ganhar destaque com a série homônima lançada em 2018 pelo canal SyFy (disponível na Netflix), mas a primeira adaptação segue envolta em curiosidades e quase inacessível.
O filme que ninguém encontra — mas que mudou tudo
A história de ‘Viajantes Noturnos’ mistura terror psicológico e ficção científica. A trama acompanha uma equipe de cientistas a bordo de uma nave espacial, em uma jornada para encontrar uma misteriosa forma de vida alienígena. Aos poucos, os tripulantes percebem que há algo sinistro dentro da própria nave.
Em 1984, Martin foi procurado pelo produtor Robert Jaffe, interessado em adaptar a obra. As filmagens ocorreram em 1986, e o longa chegou aos cinemas no ano seguinte. Apesar da boa premissa, o filme teve um lançamento limitado e arrecadou pouco mais de US$ 1 milhão, tornando-se um fracasso comercial.
Hoje, encontrar uma cópia é quase impossível. ‘Viajantes Noturnos’ teve uma distribuição restrita em VHS e nunca recebeu relançamento oficial em DVD ou streaming, o que o transformou em uma relíquia perdida do cinema sci-fi dos anos 80.
‘Viajantes Noturnos’ salvou minha carreira”
Apesar do desempenho fraco nas bilheterias, Martin guarda um enorme carinho pelo projeto. Em seu blog pessoal, o autor revelou o quanto aquele filme foi importante para ele:
Viajantes Noturnos pode não ter salvado minha vida, mas, em um sentido muito real, salvou minha carreira. Tudo o que escrevi desde então existe em grande parte por causa daquele filme de 1987.
A venda dos direitos da história deu a Martin fôlego financeiro para continuar escrevendo — e o ajudou a retomar a confiança na própria obra. Além disso, a novela original havia sido indicada ao Prêmio Hugo, um dos mais prestigiados da literatura de ficção científica.
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