Crítica: filme de Fullmetal Alchemist é fiel ao mangá, mas peca pela pressa

Augusto Ikeda

Crítica: filme de Fullmetal Alchemist é fiel ao mangá, mas peca pela pressa

O filme live action de Fullmetal Alchemist teve sua produção iniciada em 2016 e foi lançado no Japão ainda no ano passado. E a Netflix o disponibilizou para o mundo todo na última semana, para a alegria de muitos fãs do mangá criado por Hiromu Arakawa.

Falando em mangá, já podemos dizer que um ponto positivo do longa é sua fidelidade ao material original. No entanto, também comete seus pecados com um história apressada e efeitos especiais, no mínimo, questionáveis.

Confira abaixo uma crítica sobre o filme live action de Fullmetal Alchemist.

Sinopse

O primeiro ato, Fullmetal Alchemist mostra, rapidamente, todo o acidente que fez com que Edward Elric perdesse sua perna esquerda e braço direito e que Alphonse Elric perdesse todo o seu corpo, após tentarem a ilegal transmutação humana. Aqui, um público mais casual conhece mais a respeito da alquimia e da Pedra Filosofal, que os irmãos desejam tanto para recuperar o corpo de Al, que está com sua alma presa em uma armadura de metal.

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Aqui, os demais personagens também são apresentados, como o Coronel Roy Mustang, Riza Hawkeye, Capitão Maes Hughes, General Hakuro e os homúnculos Luxúria, Inveja e Gula.

O segundo ato continua a abordar a buscas dos irmãos Elric a Pedra Filosofal, o que os leva a encontrar o alquimista Shou Tucker, recriando uma das cenas mais tristes de todo o mangá/anime. Além disso, Ed e Winry descobrem a verdade por trás da pedra, após se encontrarem com o Dr. Marcoh, além de um breve momento tenso e dramático entre os irmãos.

E no ato final, que tem início após o assassinato de Hughes nas mãos de Inveja (disfarçado de Roy Mustang), Ed descobre toda a verdade a respeito do Quinto Laboratório, citado por Marcoh. No local, o General Hakuro revela o lado sombrio do exército, que sacrificou milhares de prisioneiros de guerra para criar infinitas Pedras Filosofais.

E com a ajuda de Mustang, Riza e demais membros do exército, os irmãos Elricaconseguem por um fim ao exércitos de homúnculos criados por Hakuro, bem como acabar com a ameaça de Luxúria.

Ainda há um espaço para um cena pós-créditos, na qual Inveja, aparentemente morto pelas mãos de Roy Mustang, revela sua forma verdadeira saindo de seu corpo queimado.

Crítica

O grande ponto positivo de Fullmetal Alchemist, sem sombra de dúvidas, é sua fidelidade ao material original. Os fãs do mangá criado por Hiromu Arakawa, bem como a adaptação em anime, ficarão muito satisfeitos ao ver que o filme seguiu tudo a risca, incluindo o cenário (já falaremos mais sobre isso), figurinos, visuais (excluindo o cabelo de Winry, que é castanho ao invés de loiro) e o básico de sua história.

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E isso ocorre por um simples motivo: o filme foi todo produzido no Japão, e já sabemos que por lá, as adaptações de mangás/animes costumam ser fiéis o máximo possível. Diferente do que aconteceu com a adaptação de Death Note, feita aqui no ocidente, que falhou muito nesse sentido.

Por falar no cenário do filme, ao invés de montar algo em um estúdio, os produtores fizeram a escolha certeira de gravar em um belo cenário na famosa região da Toscana, na Itália. Além de toda a beleza local, essa opção foi outro fator fundamental para fazer a adaptação ser fiel ao material original.

No entanto, Fullmetal Alchemist também possui algumas falhas que também atrapalham bastante sua execução. A principal delas é a sua história. Sim, ela é fiel ao material original, mas o problema é que foi contada de uma forma rápida até demais, por escolher abordar muitos aspectos do mangá/anime.

De fato, esse é um ponto bem complicado, pois adaptar um história tão pronfunda e rica igual a de Fullmetal Alchemist em um filme é uma tarefa para poucos. Mas para esse caso, não deu muito certo. Por exemplo, talvez fosse melhor abordar, por completo e com mais calma, o primeiro arco do anime, ao retratar a origem dos Irmãos Elric e a história do Padre em Liore. E mostrar, ao final, os homúnculos, e criar um cenário para uma sequência.

E por conta dessa pressa, outros pontos negativos acabam surgindo. A história, mesmo que seja fiel, acaba ficando um pouco rasa e pode desagradar alguns fãs mais exigentes. Os personagens, com a exceção dos Irmãos Elric, também foram pouco explorados e trabalhados, o que passa a impressão de que já foram jogados de uma vez no filme. Os homúnculos, por exemplo, não tiveram suas origens devidamente explicadas. Sim, os fãs já sabem tudo direito, mas e aquele público mais casual, como que fica?

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E também por conta dessa pressa, causada pela exploração de muitos pontos da história original, o filme ficou com uma duração longa até demais (quase 2 horas e 15 minutos), o que pode ser outro problema para o público mais casual e cansar até mesmo quem já é fã da obra.

Por fim, outro ponto negativo de destaque são os seus efeitos especiais. Não que sejam péssimos, mas para um filme desse calibre e que foi produzido pela Warner Bros, o resultado deixou e muito a desejar. Um trabalho melhor poderia ter sido feito, com certeza.

De resto,  podemos dizer que o elenco, composto apenas por atores japoneses (outro ponto certeiro da produção), não chega a ser genial, mas faz um bom trabalho. Ryosuke Yamada, que interpretou Edward, se esforçou ao máximo para mostrar a extravagência e os conflitos do personagem. Não é algo muito tocante, mas o resultado é satisfatório. Aqui, vale o destaque para Ryuta Sato, que soube passar todo o carisma de Maes Hughes que os fãs do mangá/anime já conhecem. Uma pena que ele partiu dessa para melhor.

Veredito

Fullmetal Alchemist acertou em cheio em adaptar, com grande fidelidade, a obra original, mas pecou em querer acelerar a sua rica e profunda história, o que atrapalhou vários outros pontos de sua execução. A pressa em querer lançar o filme para o público mais atrapalhou e passou a sensação de que um trabalho melhor poderia ter sido feito.

O final e a cena pós-créditos criam um cenário para uma possível sequência, que, claro, é muito bem vinda. Mas essas falhas precisam ser corrigidas sem falta para o próximo longa. Caso contrário, um possível terceiro filme não deve ser cogitado.

Nota: 6/10

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