A Crunchyroll, uma das maiores plataformas de streaming de animes no mundo, está avaliando a criação de projetos de animes mais curtos, buscando se adaptar às novas preferências das gerações mais jovens, que consomem conteúdo em formatos rápidos, como os vídeos de 2 a 4 minutos comuns no TikTok.
Em uma entrevista recente ao Nikkei Xtrend, o COO da Crunchyroll, Gita Rebbapragada, e o presidente da empresa, Rahul Purini, discutiram as tendências emergentes da indústria de anime e o futuro das produções.
Purini destacou que a maioria dos animes segue o formato tradicional de 21 a 24 minutos por episódio, mas que as novas gerações estão mais acostumadas com vídeos curtos, consumidos em sequência.
Ele afirmou: “Precisamos pensar em como contar histórias de anime de maneira diferente do que temos feito tradicionalmente. O ecossistema de anime precisa continuar a evoluir.”
Essa não é a primeira vez que a Crunchyroll sinaliza a intenção de adaptar seus conteúdos para atrair a atenção das gerações mais jovens.
Em agosto, Rebbapragada já havia mencionado a possibilidade de explorar conteúdo mais curto, como videoclipes de anime e material promocional para plataformas como o TikTok.
O perfil da Crunchyroll no X (antigo Twitter) também tem intensificado a postagem de trechos curtos de episódios, incentivando os espectadores a assistirem às séries completas na plataforma.
A Crunchyroll não está sozinha nessa jornada. Empresas como Bandai Namco Pictures e TOKYO EPIC também estão investindo em projetos de animes curtos, com o objetivo de reduzir custos e explorar novos formatos.
Recentemente, Masayuki Ozaki, presidente da Bandai Namco Pictures, deixou a empresa para fundar o estúdio Creadom8, especializado em animações de curta duração.
Além disso, vários profissionais da indústria de anime têm defendido a criação de animes mais curtos para abrir espaço para novos talentos e abordar o que alguns descrevem como uma “crise criativa” na indústria.
Shigeo Akahori, animador da Studio Ghibli, destacou que esse formato poderia atrair amadores e animadores com ideias que ainda não tiveram oportunidade de serem exploradas.
A transição para animes mais curtos é uma resposta às mudanças nas tendências de consumo e à necessidade de inovação na indústria de anime, que busca se manter relevante em um mundo cada vez mais digital e fragmentado.
Fonte: Nikkei Xtrend
Seja o primeiro a comentar