Em poucos meses de diferença, tivemos dois dos maiores filmes de anime da última década: Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba – Castelo Infinito e Chainsaw Man: O filme – Arco da Reze. Eles são de estúdios diferentes (Ufotable e Mappa), mas a dinâmica de lançamento de ambos é curiosa, porque marcam uma nova tendência.
O anime, hoje em dia, já é mainstream e diferentes pessoas de tudo que é idade, gênero e gostos pessoais gostam de anime. Você pode ver um rapper, um pagodeiro, uma adolescente fã de pop, um idoso roqueiro e todos te contarem sobre seus personagens favoritos de Naruto.
O fenômeno Kimetsu no Yaiba!
Obviamente esse caminho foi pavimentado há muitas décadas, inclusive com influências que nem eram anime, como Ultraman e Jiraiya, até o fenômeno que foi Cavaleiros do Zodíaco, Dragon Ball e Pokémon, até chegar à era do lendário “Big Three” – Bleach, One Piece e, claro, Naruto.
Porém, de 2019 para cá, Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba chegou realmente como um verdadeiro Trem Infinito e, se o sucesso da série não fosse o suficiente, o próprio filme em questão mudou o jogo. Ao ponto de que hoje, dos 3 filmes mais vistos da história do Japão, 2 deles são filmes do Demon Slayer: o do Rengoku e o Castelo Infinito.
A malandragem do marketing!
Com o sucesso que foi o filme do Mugen Train, o estúdio responsável pelo anime percebeu que a força do anime nos cinemas poderia ficar maior do que nunca e eles passaram a lançar “especiais” da série no cinema como uma forma de “esquenta” para novas temporadas.
Então, por exemplo: antes do lançamento da temporada dos ferreiros, como forma de “hypar” a galera para ver o anime, nós tivemos uma compilação da temporada anterior (do Uzui contra o Gyutaro) e os dois primeiros episódios do arco dos ferreiros. O mesmo aconteceu antes do filme da temporada do treinamento dos Hashiras e o mesmo está acontecendo com Jujutsu Kaisen agora.
O estúdio Mappa, responsável por Jujutsu e Chainsaw Man, adotou essa estratégia e lançou a temporada do inventário oculto (passado do Gojo com a luta do Toji) nos cinemas como um filme. Agora a temporada do início do arco do abate também terá seus primeiros episódios lançados junto com um compilado do incidente de Shibuya no cinema como o filme “Jujutsu Kaisen: Execução”.
Resumo da ópera:
De forma resumida: está tendo tantos lançamentos grandes de anime no cinema porque anime é algo que está cada vez mais lucrativo e mais mainstream. E, em adição a isso, alguns estúdios, como esses citados, adotaram estratégias de lançar parte da série no cinema como forma de esquentar o público para um novo lançamento de temporada.
E, como no caso do estúdio Mappa e Ufotable, eles fazem animes tão bem feitos que já têm uma qualidade digna de filme; eles conseguem usar o mesmo produto em mídias diferentes. Então, ao invés de fazer só o filme, lançar no cinema e acabou, ou lançar uma temporada no streaming e já era, eles podem fazer um filme ou temporada tão bem feito que pode ser usado em ambos os lugares. Para efeito de comparação, é como se a Netflix compilasse uma temporada de Stranger Things como um filme nos cinemas.
O filme do Rengoku saiu no cinema e depois foi transformado em temporada para a série. O filme do Chainsaw Man teve um orçamento e produção ainda maiores que os da série e, depois que sair do cinema, pode ser transformado em temporada também. O filme Boruto: Naruto Next Generation estreou nos cinemas, depois teve sua saga feita em mangá, light novel e anime com pequenas alterações em cada mídia. O filme dos deuses e do renascimento do Frieza em Dragon Ball também foi a mesma coisa.
Ou seja, para quem é fã de anime, podemos comemorar, porque, com anime ficando algo cada vez mais mainstream, mais dinâmicas e possibilidades de consumir anime vão surgindo.





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