De ‘Girls’ à vida real: Lena Dunham lança autobiografia sobre a década mais turbulenta de sua carreira

Andre Cananea

De ‘Girls’ à vida real: Lena Dunham lança autobiografia sobre a década mais turbulenta de sua carreira
Lena Dunham (Reprodução/Instagram/@lenadunham)

A atriz, escritora e diretora Lena Dunham revelou esta semana que sua tão aguardada autobiografia, Famesick, está em produção há sete anos. Previsto para ser lançado em 14 de abril de 2026 nos Estados Unidos pela Random House, o livro mergulha na década mais intensa de sua vida, de 2010 a 2020, período que inclui os cinco anos de sucesso da série Girls na HBO.

Em postagem no Instagram, Lena explicou:

Foi uma década em que minha vida mudou de forma profunda e permanente, em que quase cada fio do meu DNA se reconfigurou. Mas o livro também fala sobre a doença como professora, o corpo como delator, a relação da sociedade com mulheres à beira do limite e as condições que geram arte versus aquelas que geram felicidade.

O processo de escrita começou logo após uma passagem da atriz por uma clínica de reabilitação. Ela contou que, recém-saída do tratamento, vivenciou “uma nuvem de delírio que acompanha a nova sobriedade — o mundo estava repentinamente tão alto , e eu pensei que isso significava que eu entendia o que estava ouvindo”.

Lena Dunham em ‘Girls’, de 2012 (Reprodução)

No entanto, o trabalho se mostrou muito mais complexo do que imaginava:

Se alguém me dissesse naquela época que escrever esse livro me tomaria sete anos, provavelmente eu rasgaria meu contrato e jogaria meu laptop na banheira.

O período central de Famesick cobre os anos de produção de Girls (2012–2017). Lena Dunham comparou a experiência em Hollywood a “uma garota gótica na festa do pijama das líderes de torcida, se perguntando se pode ligar para a mãe pelo telefone sem ser ouvida”, retratando o sentimento de estar à margem. Para lidar com isso, encontrou na escrita uma forma de se libertar.

Durante meus 20 e poucos anos, escrever era imediatismo puro. Eu vivia algo, passava por um filtro de fantasia e, seis meses depois, estava na televisão. A escrita era como processava o que acontecia. Eu ainda não tinha vivido tempo suficiente para refletir sobre isso. Não entendia o valor do tempo — de nos curar, de fazer sentido do que passamos, de realmente mudar os padrões que repetimos em nosso trabalho e arte.

Dunham destacou que a autobiografia aborda três pontos principais: “doença, vício e coração partido”, “anos de mágica impossível” e “anos em que achei que não sobreviveria”. Ela descreve o livro como “um dos meus companheiros mais constantes”, e que marcar a data de publicação trouxe sensações semelhantes ao luto.

O presente que este livro me deu nos últimos sete anos foi que ele sempre esteve lá. Não importava o que mudasse — minha localização, meu corpo, minha mente — havia uma constante: esse lugar onde eu podia tentar dar sentido à história.

Ainda não há previsão para Famesick sair no Brasil.

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