Durante uma exibição especial de Duna: Parte Dois em Londres, o diretor Denis Villeneuve compartilhou suas reflexões sobre o futuro do cinema em uma conversa com o cineasta Joe Wright.
Villeneuve, conhecido por seu estilo visual e narrativo detalhado, destacou a importância do trabalho colaborativo na criação de filmes, um aspecto que ele teme que possa ser perdido com o avanço da tecnologia.
“Eu trabalho com artistas incríveis. O que mais amo no cinema é esse ato coletivo de criatividade, onde tentamos criar poesia… no final do dia, é cinema, é contar histórias. É muito emocionante fazer isso juntos”, disse Villeneuve.
Para ele, a ideia de filmes feitos inteiramente por inteligência artificial pode ter seu apelo, mas não substituiria a “beleza humana” da criação conjunta. “Se algum dia pudermos criar um filme apenas com um computador, pode ser interessante de alguma forma, mas sentirei falta desse ato criativo coletivo”.
Realismo em Duna 2
Villeneuve também compartilhou detalhes sobre o processo criativo por trás do design das criaturas de Duna 2, especialmente os icônicos vermes de areia.
“Nós estávamos obcecados com a ideia de fazer com que essas criaturas parecessem o mais realistas possível”, revelou o diretor.
Ele e o designer de produção Patrice Vermette estudaram várias espécies de animais para entender como a pele dos vermes poderia resistir às condições áridas do deserto.
Outro ponto destacado pelo cineasta foi o equilíbrio entre o íntimo e o épico no segundo filme. “Duna: Parte Dois é uma história de amor, e toda a estrutura do filme se baseia nessa relação”, explicou Villeneuve, referindo-se ao vínculo entre os personagens Paul, interpretado por Timothée Chalamet, e Chani, vivida por Zendaya.
Produção desafiadora e cenas épicas
Villeneuve revelou que algumas das cenas mais icônicas de Duna 2 exigiram semanas de filmagem, incluindo a sequência em que Paul monta um verme gigante.
A complexidade das filmagens fez com que cada tomada levasse dias para ser concluída. “Eu percebi que, da forma como queria abordar isso, não queria comprometer. Cada tomada era muito complexa. Algumas demoravam metade de um dia, outras uma semana para serem finalizadas”, compartilhou o diretor.
Para garantir que as cenas fossem filmadas de acordo com sua visão, Villeneuve criou uma unidade especial no set, chamada de “unidade do verme”, liderada por sua esposa, Tanya Lapointe. “Ela entendeu perfeitamente minha visão”, disse ele, ressaltando a colaboração entre os dois.
Terceiro filme de Duna em desenvolvimento
O diretor confirmou que um terceiro filme, baseado no livro Duna Messias, de Frank Herbert, já está em desenvolvimento. No entanto, ele esclareceu que a franquia não deve ser vista como uma trilogia tradicional.
“É importante que as pessoas entendam que, para mim, os dois primeiros filmes são um díptico, uma adaptação do primeiro livro. Isso está feito e acabado. Se eu fizer um terceiro, que está em processo de escrita, não será como uma trilogia. Será algo com sua própria identidade”, afirmou Villeneuve.
Essa abordagem única de Villeneuve, unindo tecnologia de ponta com um respeito profundo pelo processo humano de criação, continua a moldar o futuro de Duna e a inspirar audiências ao redor do mundo.
FONTE: Variety
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