Denis Villeneuve, diretor de Duna , desenvolveu uma medida rigorosa durante as filmagens de seu épico: celulares são proibidos no set. A decisão, que pode parecer drástica, tem uma justificativa clara para o cineasta.
Em entrevista ao Los Angeles Times, Villeneuve explicou que acredita que o cinema é “um ato de presença” e que, para criar algo realmente impactante, todos no conjunto precisam estar completamente focados no processo.
“Quando um pintor pinta, ele tem que estar totalmente focado no cor que está colocando na tela”, afirmou o diretor, ressaltando a importância de estudo total no trabalho, comparando o processo criativo a outras formas de arte, como a dança. Para ele, a equipe de filmagem deve estar homologada e atenta, mantendo uma comunicação constante e forte, sem distrações externas.
A proibição dos celulares tem um propósito claro: evitar que alguém perca seu aparelho durante a gravação. “Quando você diz ‘Corta’, você não quer ninguém indo para seu celular para verificar sua conta do Facebook”, explicou Villeneuve, reforçando que a prioridade é o trabalho coletivo, sem interferências.
Além das críticas sobre o uso excessivo da tecnologia, o diretor também comentou de suas preocupações sobre a sociedade atual, onde ele sente que as pessoas estão sendo “governadas pelos algoritmos”. “Nós nos comportamos como circuitos de Inteligência Artificial”, disse ele, apontando como os algoritmos moldam a maneira como vemos o mundo e nos desconectamos uns dos outros. Para ele, essa transformação é preocupante e ameaça a essência das relações humanas.
Duna 3: O futuro da fronteira de Arrakis
Enquanto o cineasta reflete sobre o impacto da tecnologia, ele também anunciou que está trabalhando no terceiro filme da franquia Duna, baseado no livro O Messias de Duna, de Frank Herbert. Villeneuve confirmou uma informação em entrevista ao Variety durante o Festival de Toronto 2024. “Está em produção, sim. É por isso que não ficarei aqui [no festival] por muito tempo”, revelou, sem entrar em muitos detalhes sobre o que esperar da continuação.
A novidade contradiz suas declarações anteriores, em que o diretor havia afirmado a intenção de fazer uma pausa após tantos anos de dedicação à franquia. “Durante seis anos estive em Arrakis sem parar e acho que será saudável recuar um pouco”, disse Villeneuve, indicando que preferia dar um tempo antes de mergulhar novamente na história de Duna . No entanto, ele deixou claro que não quer apressar o trabalho. “Eu quero um roteiro forte para ‘Duna: Parte 3’ e não quero correr o risco de fazer algo que não esteja realmente pronto devido à excitação”, completou o cineasta.
Com Duna já se consolidando como uma das maiores produções do cinema moderno, agora é aguardar para ver como Villeneuve abordará o próximo capítulo da saga. O futuro de Arrakis promete muitas surpresas.
Fonte: Rolling Stone
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