‘Depois da Caçada’: por que o novo filme está sendo chamado de fracasso pela crítica e pelo público?

Cheyna Corrêa

‘Depois da Caçada’: por que o novo filme está sendo chamado de fracasso pela crítica e pelo público?
Julia Roberts e Ayo Edebiri em "Depois da Caçada" - Foto: Yannis Drakoulidis/Amazon Content Services LLC.

O novo longa de Luca Guadagnino, Depois da Caçada, chegou como um dos lançamentos mais aguardados do ano e virou também um dos mais debatidos. Estrelado por Julia Roberts, o filme aborda dilemas sobre poder, silêncio institucional e ética em ambientes acadêmicos, temas que já colocaram a produção no centro de um turbilhão de opiniões.

A estreia mundial aconteceu na Mostra de Veneza, onde a recepção foi de tudo um pouco: aplausos, críticas duras e debates tensos entre jornalistas e espectadores. Não dá para chamar de fiasco absoluto, mas também está longe de consenso.

Com roteiro carregado de drama psicológico e personagens moralmente ambíguos, Guadagnino entrega um filme que provoca, incomoda e divide — exatamente como ele queria.

Julia Roberts comanda um drama tenso e cheio de segredos

Na trama, Julia Roberts vive Alma Imhoff, uma professora universitária que tenta manter sua vida em ordem quando uma aluna (Ayo Edebiri) acusa outro docente, vivido por Andrew Garfield, de agressão. A partir daí, segredos antigos de Alma começam a emergir, mexendo com sua reputação, sua consciência e sua própria história.

O longa não tem nada a ver com caçadores ou aventuras masculinas; aqui, o foco está totalmente no território do drama moral, explorando as falhas, medos e escolhas de uma mulher que tenta sobreviver dentro de um sistema silencioso e poderoso.

Guadagnino usa esse universo para questionar o impacto de instituições que preferem “não ver” e traz um clima que lembra os dilemas éticos dos filmes de tribunal — mas com uma intensidade mais íntima.

Reação dividida: polêmica, elogios e críticas duras

Alguns dos pontos que incendiaram as redes e parte da crítica foram:

  • A abordagem delicada do tema: muitos acharam o filme corajoso; outros, superficial demais.

  • O tom moral ambíguo: Guadagnino não “escolhe um lado”, o que irritou uma parcela do público.

O resultado? Uma tempestade de opiniões que colocou Depois da Caçada no radar como um dos filmes mais polarizadores do ano. A bilheteria inicial foi considerada baixa para uma produção de alto orçamento, mas o buzz pode impulsionar a visibilidade nas próximas semanas.

Um elenco poderoso reforça a experiência

Além de Roberts, o filme traz nomes de peso como Andrew Garfield, Ayo Edebiri, Michael Stuhlbarg e Chloë Sevigny. Boa parte dos elogios vai justamente para o elenco, que entrega performances intensas e desconfortáveis, alinhadas com o clima do filme.

Guadagnino mais uma vez constrói um ambiente emocionalmente pesado, reforçando a sensação de que ninguém ali está totalmente certo — ou totalmente errado.

Vale a pena assistir?

Polêmico ou não, Depois da Caçada é o tipo de filme que vira discussão. Não tenta agradar a todos, não entrega respostas fáceis e coloca o espectador para decidir sozinho o que pensa sobre cada personagem.

Se você gosta de dramas densos, debates morais e atuações poderosas, essa é uma das obras mais comentadas — e importantes — de 2025.

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