Um ex-desenvolvedor da Bethesda compartilhou sua visão sobre por que acredita que ‘Starfield’ não conquistou o público como esperado — e, apesar de parecer estranho à primeira vista, muitos fãs concordam que ele está certo.
Lançado com grande expectativa como o novo grande RPG espacial da Bethesda, ‘Starfield’ prometia levar os jogadores a centenas de planetas, com batalhas espaciais e exploração interplanetária. O projeto tinha o apoio da Microsoft e o nome de Todd Howard, criador de ‘Skyrim’ e ‘Fallout 4’, o que aumentou ainda mais o hype. No entanto, apesar das boas avaliações iniciais, o jogo não manteve o engajamento e acabou deixando uma sensação de vazio entre os fãs.
“O espaço é entediante por natureza”, diz ex-desenvolvedor da Bethesda
Em entrevista ao canal FRVR, o designer de sistemas Bruce Nesmith explicou o que, na visão dele, fez o jogo perder impacto. Segundo o ex-funcionário, ‘Starfield’ é um bom jogo, mas não alcançou o nível de excelência que o público espera da Bethesda — estúdio conhecido por seus mundos ricos e cheios de vida.
Se outro estúdio tivesse feito o jogo, a recepção poderia ter sido diferente.
Ele também destacou que o uso excessivo de geração procedural prejudicou a experiência e apontou o problema central:
Sou um grande fã do espaço, sou astrônomo amador e adoro esse tema. Mas o espaço é, por natureza, entediante — é literalmente o nada. O problema é que, quando os planetas começam a parecer todos iguais e não há empolgação nas descobertas, tudo desmorona.
Nesmith ainda observou que a falta de variedade de inimigos contribuiu para a sensação de repetição:
Fiquei desapontado quando percebi que os principais inimigos eram apenas humanos. Existem criaturas legais, mas elas são como os lobos de Skyrim: estão ali, mas não acrescentam muito.
Por que ele está certo
As declarações de Nesmith não significam que o espaço seja um cenário ruim, mas sim que ele precisa de personalidade e propósito narrativo. Franquias como ‘Mass Effect’ e ‘Star Wars’ provaram que o tema pode ser fascinante quando há planetas únicos, espécies marcantes e senso de descoberta real.
A Bethesda, por outro lado, se destacou historicamente por criar mundos feitos à mão, com identidades próprias e detalhamento imersivo. Em ‘Fallout’, o charme não está apenas no pós-apocalipse, mas em seu estilo retrô-futurista, nas facções excêntricas e no humor ácido. ‘Starfield’, ao depender demais da geração procedural, perdeu justamente esse toque artesanal que sempre definiu os jogos do estúdio.
O futuro de Starfield
A Bethesda ainda pretende lançar uma nova expansão em 2026, que pode corrigir parte desses problemas. Caso contrário, o estúdio terá a chance de aprimorar a fórmula em uma sequência — desta vez, talvez dando mais vida, variedade e alma ao vasto universo que criou.
No fim, a crítica de Bruce Nesmith resume bem o sentimento de muitos jogadores: ‘Starfield’ não falhou por ser um jogo sobre o espaço, mas por não ter conseguido torná-lo interessante.






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