por Cheyna Corrêa
O Dia do Cinema Brasileiro, celebrado em 19 de junho, remete ao pioneirismo de Afonso Segreto, que em 1898 registrou as primeiras imagens nacionais na Baía de Guanabara. De lá pra cá, a trajetória de mais de um século construiu um legado rico em estilos, movimentos e personalidades, refletindo a diversidade cultural do país.
Selos em homenagem ao cinema brasileiro exibem imagens de Adhemar Gonzaga, Carmen Miranda, Carmen Santos e Oscarito (1990 – Reprodução)
Pioneirismo e expansão
As primeiras filmagens de Segreto, e possivelmente de outros registros controversos em Petrópolis, um ano antes, deram o pontapé inicial. Com o incentivo do irmão Paschoal, que fundou a primeira produtora e revista de cinema no Brasil, o cinema nacional ganhou corpo. Décadas depois, chanchadas de Humberto Mauro, as superproduções da Vera Cruz e o Cinema Novo de Glauber Rocha consolidaram uma identidade própria, sempre em diálogo com correntes internacionais.
Baía de Guanabara: primeira imagem captura por uma câmera de filmagem no Brasil (Foto: Divulgação)
Reconhecimento atual e desafios
Na virada do milênio, nomes como Walter Salles, Fernando Meirelles e José Padilha levaram nossos filmes ao Oscar e às grandes mostras do mundo. Exemplos recentes dessa projeção incluem Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, primeiro filme brasileiro a conquistar o Oscar de Melhor Filme Internacional, e O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, que arrasou em Cannes com prêmios de Melhor Direção e Melhor Ator para Wagner Moura. Ainda assim, o cinema brasileiro enfrenta desafios de distribuição, orçamentos restritos e percepção de público. É inegável que hoje conquistamos destaque em festivais globais, mas existe espaço para ampliar a circulação de obras autorais e populares nos circuitos comerciais.
Vinicius de Oliveira e Fernanda Montenegro no filme “Central do Brasil”, de 1998 (Foto: Divulgação)
Um filme que marcou a vida de muitos brasileiros
Entre tantos títulos, Central do Brasil (1998), de Walter Salles, sempre emocionou. A jornada de Dora e Josué pela estrada inequívoca de afeto e descoberta traduz o poder do cinema de nos conectar a histórias universais, mesmo fincadas em um cenário tipicamente brasileiro.
E você, qual filme nacional deixou uma marca na sua vida? O cinema brasileiro tem hoje o prestígio que merece?
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