Por Cheyna Corrêa
O MCU chegou a anunciar Vingadores: Dinastia Kang como o grande épico multiversal da Fase 6, mas imprevistos tiraram a trama do cronograma. Nos quadrinhos, a saga publicada entre 2001 e 2002 mergulha na dominação planetária de Kang, o Conquistador, e na resposta desesperada dos Vingadores diante de uma ameaça que se desdobra em várias frentes ao mesmo tempo.
O domínio inicial de Kang: Damocles e o ultimato global
Kang revela ao mundo a existência da estação espacial Damocles, uma base secreta camuflada em forma de espada, capaz de projetar campos de força indestrutíveis e disparar rajadas letais contra qualquer ponto da Terra. Para provar seu poder, envia seu filho, o Centurião Vermelho, para a sede da ONU e, ao ver o desprezo dos líderes, dizima o prédio com um único disparo. Em seguida, protege os reféns apenas para mostrar que “se ele quiser, pode matar todo mundo”. Kang exige rendição imediata: quem não o aceitar será condenado a sofrer futuros apocalipses — legiões de zumbis radioativos, impérios de IA, invasões alienígenas, dominação mutante, catástrofes cósmicas e escassez de recursos. É um ultimato assombrado pelo conhecimento que só um viajante do tempo tem: Kang afirma ter testemunhado cada um desses desastres em linhas temporais alternativas.
Imagem: Marvel Comics
A coalizão heróica e o cerco a Damocles
Sem tempo para consultar o Conselho, os Vingadores se dividem em missões simultâneas. Na Sibéria, enfrentam Sergei Krylov, a Presença, cuja praga de mortos-vivos radioativos ameaça contaminar toda a região. Thor, em um duelo lendário, absorve a energia tóxica no Mjolnir e força Presença a reverter a transformação. Na América do Norte, o Mestre do Mundo ergue muralhas gigantescas ao redor de cidades como Boston e Los Angeles, alegando proteger o povo de Kang; infelizmente, suas defesas também impedem qualquer ajuda externa. Já na Europa, legiões do futuro desembarcam para subjugar nações, obrigando governos a liberar as Sentinelas como último recurso de defesa. O ataque conjunto de Atlantes, Deviantes, Presença e demais heróis consegue desgastar as muralhas e atacar o campo de força de Damocles — mas Kang, sempre um passo à frente, controla remotamente os robôs e expulsa vários Vingadores para o vácuo espacial, incluindo Feiticeira Escarlate, Fóton, Capitão América e Valete de Copas.
A queda de Damocles e a esperança renascida
Com o parâmetro do tempo se esgotando, os Vingadores lançam seu golpe final. Usando a pirâmide de luz (uma antiga arma cósmica capaz de destruir estruturas de energia) e a tecnologia do Mestre do Mundo, erguem um holograma titânico do Capitão América para enfrentar o próprio Kang em órbita. A colisão épica abre brecha nos escudos de Damocles, permitindo que Thor, Homem de Ferro, Magnum, Warbird e outros invadam a estação. No núcleo energético, Warbird destrói o reator sob o ataque do Centurião Vermelho, obrigando-o a recuar com seu filho para um casulo temporal. A explosão subsequente reduz a gigantesca base a escombros, que despencam rumo à Terra. Kang sobrevive graças à sua armadura avançada, sai ileso dos destroços e proclama: “Kang não se rende a homem algum, e, se cair, cairá lutando.”
Embora o MCU tenha abandonado essa história, Dinastia Kang permanece como uma das maiores demonstrações de estratégia temporal, alianças improváveis e combate global já vistas nos quadrinhos — um conto que o cinema ainda tem muito a revelar.
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