Drácula: as diferenças entre o mito original de as versões de Hollywood

Cheyna Corrêa

Drácula: as diferenças entre o mito original de as versões de Hollywood
Drácula de "Bram Stoker" - Foto: American Zoetrope - © 1992

Drácula é, sem dúvida, o vampiro mais famoso da cultura pop. Criado por Bram Stoker em 1897, o personagem clássico inspirou incontáveis adaptações cinematográficas, séries e até desenhos animados. Mas entre o livro original e as versões de Hollywood, existem diferenças enormes que moldaram a percepção que temos do vampiro.

Drácula no livro de Bram Stoker

No romance original, Drácula é um conde da Transilvânia, aristocrático, enigmático e aterrorizante. Ele não é necessariamente charmoso ou sedutor no sentido moderno; sua força está no mistério e na ameaça que representa. O conde é inteligente, manipulador e preenche a história de suspense e horror gótico. Ele é menos “romântico” e mais assustador, um verdadeiro predador da noite.

Além disso, o Drácula de Stoker tem poderes limitados: ele é forte, rápido, pode se transformar em morcego ou névoa, controlar animais e hipnotizar suas vítimas. Porém, ele não é invencível; luz solar, alho, crucifixos e estacas de madeira funcionam contra ele. Ele também é vulnerável por sua necessidade de se alimentar de sangue humano.

Drácula em Hollywood

As adaptações de Hollywood frequentemente transformaram Drácula em um personagem muito mais carismático e sedutor, aproximando-o de um anti-herói romântico. O clássico Drácula de Bela Lugosi, de 1931, introduziu o charme europeu e a elegância, mesmo mantendo o lado assustador.

Mais recentemente, filmes como Drácula de Bram Stoker (1992), de Francis Ford Coppola, romantizaram a figura do vampiro, conectando-o ao amor eterno e à tragédia pessoal. Hollywood exagerou na sensualidade e na atração pelo protagonista, deixando de lado parte do horror psicológico presente no livro original.

Além disso, os poderes de Drácula ganharam variações absurdas: rapidez sobre-humana, regeneração instantânea, transformações em criaturas diversas e resistência a quase tudo. A vulnerabilidade à luz solar também mudou conforme a necessidade do roteiro, transformando o vampiro em uma criatura quase invencível em muitas histórias modernas.

A essência perdida

Enquanto o Drácula de Stoker era mais um vilão estratégico e aterrorizante, as versões cinematográficas muitas vezes priorizam o carisma, a beleza e a tragédia romântica. O suspense gótico dá lugar à ação e ao romance, e a figura do vampiro se torna símbolo de desejo, não apenas de medo.

No fim das contas, o mito de Drácula evoluiu conforme a cultura pop exigia. Do horror gótico à sensualidade moderna, o vampiro continua a fascinar, mas o terror puro do conde original de Stoker permanece único e insubstituível.

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