Duna: Profecia, a nova série derivada de Duna, estreou recentemente na HBO e na Max, e já está gerando discussões acaloradas entre os fãs da franquia.
Situada 10.000 anos antes do nascimento de Paul Atreides, personagem interpretado por Timothée Chalamet nos filmes de Denis Villeneuve, a série levanta questionamentos sobre o progresso tecnológico em seu universo.
Os espectadores que acompanharam o primeiro episódio notaram que a tecnologia e o estilo visual de Duna: Profecia são semelhantes aos apresentados nos filmes recentes.
Essa semelhança chamou atenção pelo fato de que, mesmo após 10.000 anos, não há sinais de grandes avanços em áreas como tecnologia e moda. Essa continuidade visual tem gerado dúvidas sobre a coerência temporal da série.
A trama de Duna: Profecia ocorre mais de um século após a Grande Revolta, evento que teve um impacto significativo na história do universo de Duna.
Durante essa guerra, as grandes casas, como a Casa Atreides, lutaram pela sobrevivência da humanidade contra máquinas pensantes.
Como consequência, foi imposta uma proibição ao uso de computadores, robôs e IA em todo o império, o que pode justificar a estagnação tecnológica percebida pelos fãs.
Uma cena específica chamou a atenção: a princesa Ynez (Sarah-Sofie Boussnina) e o espadachim Keiran Atreides (Chris Mason) protagonizam um duelo utilizando escudos de defesa idênticos aos das produções de Villeneuve, em vez de uma versão prototípica da tecnologia.
Essa escolha estética foi vista por alguns como uma tentativa de manter a série alinhada visualmente aos filmes, mas levanta preocupações sobre uma possível lacuna narrativa.
O episódio de estreia também aborda aspectos fundamentais da tradição de Duna, como a rejeição da tecnologia avançada em favor do desenvolvimento de habilidades humanas.
O jovem Pruwet (Charlie Hodson-Prior), filho do duque Ferdinand Richese (Brendan Cowell), é flagrado com um brinquedo robótico avançado durante sua festa de noivado com Ynez.
Esse evento destaca o temor persistente em relação às máquinas e ressalta a lentidão no progresso tecnológico. A série apresenta um foco em avanços humanos, algo já abordado nos livros de Frank Herbert.
No universo de Duna, o avanço é definido por capacidades como as dos Navegadores da Guilda Espacial, que conseguem conduzir naves pelo espaço instantaneamente, e os Mentats, que funcionam como computadores vivos. Tais habilidades eliminam a necessidade de dependência tecnológica.
Outro ponto explorado em Duna: Profecia é o surgimento das habilidades da Bene Gesserit.
No início da série, Valya Harkonnen (Jessica Barden) utiliza pela primeira vez “a Voz”, habilidade capaz de manipular outras pessoas, e confronta Dorotea, uma rival que pretende abandonar o programa de aprimoramento genético.
Isso sugere que essas habilidades, comuns em Duna, ainda estão em desenvolvimento na era retratada pela série.
Com a proibição de máquinas avançadas, o verdadeiro avanço se reflete na evolução das habilidades humanas, que substituem a dependência de tecnologia.
No caso da Guilda Espacial, por exemplo, o uso prolongado da especiaria leva os Navegadores a evoluírem fisicamente, tornando-se criaturas de grandes capacidades cognitivas.
Com a continuidade dos episódios, a expectativa é que Duna: Profecia possa explorar mais profundamente o universo criado por Herbert, deixando mais clara a visão de progresso em sua narrativa. A série já está disponível na plataforma de streaming Max.
FONTE: ComicBook
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