É Assim Que Acaba: por que o livro que inspirou o filme é tão polêmico e criticado?

Maysa Vilela

É Assim Que Acaba: por que o livro que inspirou o filme é tão polêmico e criticado?

A aguardada adaptação cinematográfica do best-seller É Assim Que Acaba, de Colleen Hoover, estreou nos cinemas nesta quinta-feira (8), com Blake Lively no papel principal.

O texto contém spoilers sobre o filme É Assim que Acaba. Continue a leitura por sua conta e risco.

A obra original, que já gerou intensos debates nas redes sociais, enfrenta críticas pela maneira como aborda o tema dos relacionamentos abusivos.

Na trama, Blake Lively vive Lily Bloom, uma jovem florista que, após o funeral do pai, conhece o cirurgião Ryle Kincaid, interpretado por Justin Baldoni.

A princípio, a conexão entre os dois é baseada em “verdades nuas e cruas”, com ambos compartilhando confidências sobre seus passados. Enquanto Ryle busca apenas um envolvimento casual, Lily deseja algo mais sério e a relação entre os dois se aprofunda rapidamente.

No entanto, o romance toma um rumo sombrio com a reaproximação de Lily de seu antigo amor, Atlas Corrigan, vivido por Brandon Sklenar. A partir daí, Ryle começa a exibir comportamentos abusivos, envolvendo agressões físicas, empurrões e até uma tentativa de abuso sexual.

Diante da situação, Lily recorre a Atlas, que a leva ao hospital, onde ela descobre que está grávida de Ryle. Mesmo após pedir o divórcio, ela decide criar o filho junto ao cirurgião, o que levanta questionamentos sobre as mensagens transmitidas pela história.

É Assim Que Acaba recebe críticas

O livro de Colleen Hoover foi duramente criticado por romantizar relacionamentos abusivos. Muitos leitores e organizações de defesa das vítimas apontam que Ryle, apesar de suas ações, não enfrenta consequências significativas na trama.

“Alimenta as mesmas estruturas de masculinidade tóxica que quer combater. Romantiza ‘sinais de alerta vermelho’ e glorifica um homem carismático, mas perigoso”, comentou a organização Domestic Shelters, que pediu que as pessoas parassem de elogiar a obra.

Em 2023, a controvérsia aumentou quando a autora anunciou o lançamento de um livro de colorir baseado na história, gerando indignação por retratar um relacionamento abusivo de forma lúdica.

Diante das críticas, Colleen Hoover reconheceu o erro e cancelou o projeto. “Livro foi desenvolvido com a força da Lily em mente, mas agora vejo como isso foi absolutamente equivocado”, declarou a autora.

Confira:

Além disso, a escolha dos atores também foi alvo de críticas. No romance original, Lily tem 23 anos, enquanto Blake Lively, a atriz escolhida para o papel, tem 13 anos a mais que a personagem.

Justin Baldoni, que interpreta Ryle, também tem uma diferença de idade significativa em relação ao personagem do livro. Sobre isso, Hoover explicou que a mudança nas idades foi intencional, buscando trazer uma versão mais realista dos personagens para as telas.

A campanha de divulgação do filme também gerou polêmica. Imagens promocionais mostram Lily e Ryle em momentos felizes, como cantando em um karaokê ou em cenas íntimas, passando a impressão de um romance idealizado, o que contrasta com a temática séria do livro.

Com a estreia do filme, as discussões sobre a forma como É Assim Que Acaba trata de relacionamentos abusivos continuam a dividir opiniões, reacendendo o debate sobre a responsabilidade das obras de ficção ao abordar temas tão sensíveis.

Filme - é assim que acaba - Black Lively

Justin Baldoni responde às críticas sobre mudanças

As escolhas de elenco e algumas mudanças na trama geraram discussões acaloradas entre os admiradores do livro.

Com direção e atuação de Justin Baldoni, que contracena com Blake Lively, a produção enfrentou críticas em relação à diferença de idade entre os atores e os personagens do livro.

Blake Lively é 13 anos mais velha que Lily, a protagonista, enquanto Baldoni tem uma diferença de 10 anos em relação ao personagem Ryle. Nas redes sociais, muitos fãs questionaram se essas mudanças poderiam impactar a essência da história, que aborda temas como violência doméstica e relacionamentos abusivos.

Apesar das críticas, Justin Baldoni não pareceu se abalar. Em entrevista ao Entertainment Weekly, o ator e diretor comentou: “Você sempre terá conversas online. Sempre haverá opiniões”.

Para Baldoni, a discussão em torno da adaptação é positiva: “Se ninguém falar sobre a adaptação do seu livro, então sinto que isso é mais problemático”, afirmou.

Essa não foi a primeira vez que Baldoni teve que lidar com opiniões divergentes sobre a produção. Mesmo durante as filmagens, detalhes como o figurino de Blake Lively foram alvo de críticas. No entanto, Baldoni manteve a calma e considerou as discussões como parte natural do processo de adaptação de um livro tão querido pelo público.

“Isso realmente não me incomodou”, disse Baldoni na entrevista, reforçando que o fato de as pessoas estarem discutindo a adaptação é algo positivo. “O fato de eles estarem conversando sobre isso era uma coisa linda”, completou o diretor.

É Assim que Acaba - Black Lively

É Assim Que Acaba marca a primeira vez que um livro de Colleen Hoover é adaptado para o cinema.

Com a estreia do filme, a expectativa é de que as discussões sobre a adaptação continuem, especialmente em relação a como os temas delicados do livro foram tratados nas telas.

Veja um comentário criticando a maneira como o relacionamento abusivo foi romantizado no filme:

Fonte: Uol

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