A celebração pelos 40 anos de Dragon Ball ganhou um novo capítulo de polêmica após declarações contundentes de Kazuhiko Torishima, histórico editor de Akira Toriyama e ex-editor-chefe da Shonen Jump. Durante uma transmissão ao vivo de seu podcast KosoKoso, o veterano da indústria demonstrou forte insatisfação com o direcionamento atual da franquia e com a qualidade dos produtos lançados para o público.
Torishima direcionou suas observações à primeira loja oficial comemorativa, localizada em Tóquio, cuja arte e ambientação já vinham sendo questionadas por fãs desde sua revelação online. Para ele, o resultado está muito aquém do esperado para uma marca desse porte.
O ex-editor afirmou que o produtor executivo Akio Iyoku, atual responsável pela gestão criativa da franquia por meio da Capsule Corporation Tokyo, seria o principal responsável por decisões equivocadas na apresentação visual da loja.
“Ele [Akio Iyoku] é o chefe de uma sociedade secreta. Alguém que não criou uma única página ou escreveu uma única linha de Dragon Ball, e ainda assim dá ordens sobre tudo com esse ar arrogante.”
Ao descrever a loja, Torishima não poupou palavras.
“É uma m*rda. Na verdade, está abaixo disso. Parece uma loja montada da noite para o dia.”
Erros técnicos na apresentação dos personagens
Torishima também criticou a composição das imagens exibidas na loja.
“Senso estético: zero. Se você quer destacar um personagem usando aquele gi, o fundo precisa ser preto ou escuro. Toriyama usava laranja porque o fundo é branco!”
Segundo ele, os responsáveis parecem desconhecer princípios básicos do estilo visual desenvolvido por Toriyama. Ele ainda comentou erros de postura em um dos desenhos exibidos.
“Aquela pose está errada. Se você fica em pé reto, não consegue disparar um Kamehameha. Você tem que colocar força em seus quadris. Isso foi desenhado por alguém que não entende onde está o poder físico dos gestos.”
Aviso aos fãs: “Não comprem”
Na parte mais contundente do discurso, Torishima fez um apelo direto ao público:
“Eles estão tratando vocês como patos a serem depenados.”
Segundo ele, a melhor forma de protestar é evitar compras na loja:
“A única escolha é não comprar e esfregar na cara deles o fato de que tudo lá agora é uma m*rda. Se parar de vender, todos vão refletir.”
Relação conturbada com o atual estado da franquia
As críticas de Torishima não são inéditas. Desde o anúncio do primeiro parque temático de Dragon Ball na Arábia Saudita até a repercussão da morte de Akira Toriyama, o ex-editor tem se posicionado publicamente contra decisões de quem hoje conduz a marca.Ao mesmo tempo, Torishima também é alvo de controvérsias, especialmente por relatos que envolvem bastidores da produção do mangá e possíveis divergências com memórias compartilhadas por Toriyama e outros envolvidos em Dragon Ball.
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