Ei Nerd entrevista criador do Irmão do Joel, parte 1: “O processo vem de todos os lugares”

Andre Cananea

Ei Nerd entrevista criador do Irmão do Joel, parte 1: “O processo vem de todos os lugares”

Seu Edson, Dona Danuza, Nico, Lara, Vovó Gigi, Vovó Juju, Jorel e obviamente o Irmão do Jorel. Breno Jordan, em recente vídeo no canal Ei Nerd, nos fez conhecer a fundo a melhor animação brasileira, O Irmão do Jorel, e fez uma entrevista com o criador e co-produtor, Juliano Enrico.

Para quem não sabe, a série Irmão do Jorel é uma animação brasileira que tem mais de 10 anos de estrada e é um sucesso absurdo, inclusive fora do Brasil. Essa foi a primeira animação brasileira que furou a bolha e conseguiu visibilidade internacional junto com a gigante Cartoon Network. Isso que é moral!

Se você nunca ouviu falar sobre esse desenho, precisa conhecer, pois vale muito a pena! Em resumo, Irmão do Jorel é uma animação que acompanha um menino sem nome, conhecido apenas como “irmão do Jorel”, que vive à sombra de seu irmão mais velho, Jorel, o garoto mais popular da escola e da família.

Com um estilo visual único e um humor nostálgico, a série retrata a infância de forma divertida e exagerada, misturando elementos dos anos 1980 e 1990. O protagonista enfrenta desafios do dia a dia ao lado de sua melhor amiga Lara, enquanto tenta encontrar sua própria identidade em meio a uma família excêntrica. Atualmente, a série conta com cinco temporadas, e uma sexta já foi confirmada.

Se você gosta de humor inteligente, personagens carismáticos e uma boa dose de nostalgia, o Irmão do Jorel é uma ótima escolha! Quer saber mais? Confira a primeira parte da entrevista do Breno com o Juliano Enrico:

Breno Jordan – Quero começar perguntando como é o processo de criação das histórias: você é mais introspectivo, ou tem um time fazendo um brainstorm, ali, com você?

Juliano Enrico – Eu tenho uma quantidade muito grande de ideias guardadas e anotadas em tudo quanto é lugar. As ideias que viram episódios geralmente são aquelas ideias que persistem, insistem e reaparecem. Às vezes, eu guardo tão bem que eu acabo esquecendo, e quando eu resgato a ideia ela grita: “Eu preciso virar um episódio!”. Por mais que eu tente buscar experiências fora da minha vida para criar uma obra mais ficcional, mais universal, eu sempre volto para o meu umbigo e fico querendo trazer aquela coisinha aqui, ali, aquela coisinha que é falada na terapia, que é encontrada numa fotografia ou que é conversada com um amigo que lembra, que traz algo do passado. O processo vem de todos os lugares e muitas vezes ele vem até de outras animações do cartoon. O Flapjack, por exemplo, que é esse personagem tão amado do Cartoon Network, é uma grande fonte de inspiração para o Irmão do Jorel. Quando eu assisti o Flap Jack, eu entendi que tinha um lugar para mim também, não só como audiência, mas como criador. Eu acesso à Max e sempre assisto os episódios do Flapjack que estão lá.


Breno – É engraçado que eu fui pegar para rever e é interessante imaginar como você conseguiu chegar nesse processo de pensamento para conseguir construir uma história daquela. É muita coisa maluca acontecendo ali, como, por exemplo, o pônei rosa e o jogo da cadeira. Isso é muito engraçado. Você tem todas essas histórias assim malucas, guardadas e aí transforma numa animação…

Juliano – É importantíssimo sublinhar também que o processo criativo vai até certo ponto comigo. E aí quando chega em determinado lugar, ele é compartilhado com outros roteiristas e outros colaboradores. Então, quando chega alguém, por exemplo, com uma ideia de episódio que eu acho que se encaixa dentro do escopo, eu falo: “Pô, isso vai virar um episódio, vamos nessa, a gente trabalha junto”. Teve uma sinopse que saiu da minha sobrinha Lara, que já tem 11 anos, mas quando ela deu a ideia, ela tinha nove. E ela deu a ideia do episódio assim: “E se o irmão do Jorel for picado por um peixe escondido no filtro de barro e aí vira um menino sereio?”. E aí eu pensei: “Poxa, menino sereio! Vamos fazer esse episódio!”. Ela está no crédito, faz parte da equipe de colaboradores. Tem vários episódios que surgiram de ideias do Daniel Furlan, que tem muitas histórias riquíssimas de infância e de adolescência. Ele compartilha com a gente e tudo se mistura com a história do irmão do Jorel, com as minhas lembranças e as de outros roteiristas. Isso que estou falando é só o processo de escrever, é o ponto de partida de todos os outros processos que envolvem um episódio, uma temporada, enfim.

Não perca a segunda parte dessa entrevista, que está boa demais. Publicaremos em breve!

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