O Halloween chegou e a HBO entregou um presentinho macabro pros fãs de terror: Bem-Vindos a Derry, o spin-off de It: A Coisa, que mergulha fundo nas origens do palhaço Pennywise. E já dá pra dizer — o terror voltou com força total.
A série estreia mostrando que veio com qualidade de cinema, referências fiéis ao livro de Stephen King e conexões diretas com os filmes, mas com algumas surpresas novas que deixam claro que ela não é apenas um derivado.
O início do terror: antes do Clube dos Perdedores
A trama se passa nos anos 60, ou seja, 27 anos antes dos eventos do primeiro filme. O It desperta em Derry para mais um ciclo de horror, e o primeiro episódio, intitulado O Piloto, já começa com a vítima Matty Clemens — um garoto inocente e traumatizado, que funciona como uma espécie de “Georgie 2.0”.
A primeira cena no cinema conecta diretamente com os filmes, e as referências são muitas: desde a simbologia da inocência do Matty até a presença constante da tartaruga, um elemento místico que representa Maturin — a entidade cósmica rival do It. Essa dualidade entre o mal (Pennywise) e o bem (Maturin) é uma das partes mais fascinantes do universo de King e ganha destaque sutil no episódio.
Visualmente, a produção impressiona. Os efeitos especiais estão no nível dos longas, com cenas gore bem feitas e um uso inteligente de tons vermelhos para indicar a manifestação do It. O terror é psicológico, sangrento e perturbador na medida certa.
As crianças, os perdedores e a maldição de Derry
O núcleo infantil é o coração da série — e é justamente onde o episódio brilha mais. As crianças têm personalidades típicas de histórias de mistério e aventura, mas isso funciona bem. Assim como nos filmes e no livro, o It se alimenta do medo das crianças, o que torna cada cena com elas ainda mais tensa.
Há também a apresentação do militar Leroy Hanlon, avô de Mike Hanlon (dos filmes), conectando os universos de forma orgânica. Esse cuidado nos detalhes mostra que a série foi feita por e para fãs.
No primeiro episódio, três personagens já estão mortos, o que reforça que ninguém está a salvo em Derry. O Pennywise ainda não aparece em sua forma clássica (interpretada por Bill Skarsgård), mas sua presença é constante — seja em símbolos, vozes ou nas manifestações sobrenaturais que tomam conta da cidade.
Conclusão: o retorno triunfal do medo
Bem-Vindos a Derry começa em alto nível, equilibrando terror cósmico, drama e nostalgia. O episódio piloto entrega uma história sólida, com um clima tenso e visual impecável. É um tributo à obra de Stephen King e um prato cheio para quem gosta de histórias de terror com profundidade.
Nota: 8,5/10 — Pennywise voltou e Derry nunca esteve tão assustadora.



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