Elon Musk, o bilionário fundador do Tesla e SpaceX, está à frente de um grupo de investidores que apresentou uma oferta de $97,4 bilhões para adquirir a OpenAI, a empresa de inteligência artificial famosa pelo desenvolvimento do ChatGPT.
O movimento intensifica a disputa entre Musk e a OpenAI, que ele ajudou a fundar há uma década.
A proposta, que visa transformar a OpenAI em uma organização sem fins lucrativos novamente, é liderada por Musk e sua própria startup de inteligência artificial, a xAI, em parceria com um consórcio de empresas de investimentos.
De acordo com o advogado de Musk, Marc Toberoff, a intenção é devolver à OpenAI sua missão original de ser um laboratório de pesquisa focado no bem público.
Porém, o CEO da OpenAI, Sam Altman, rapidamente rejeitou a oferta feita por Musk, respondendo de forma provocativa em sua plataforma social, X.
no thank you but we will buy twitter for $9.74 billion if you want
— Sam Altman (@sama) February 10, 2025
“Não, obrigado, mas se você quiser, podemos comprar o Twitter por $9,74 bilhões”, disse Altman, em um comentário irônico, fazendo referência ao valor pago por Musk na compra do Twitter, U$44 bilhões em 2022.
A relação entre Musk e Altman, que começou como uma parceria na criação da OpenAI em 2015, tem sido marcada por desacordos constantes, especialmente após Musk deixar o conselho da organização em 2018.
Desde então, ambos têm divergido sobre a direção da empresa, com Musk expressando críticas à maneira como a OpenAI tem conduzido suas operações.
Em uma batalha legal que começou no ano passado, Musk processou a OpenAI, alegando que a empresa havia se afastado de seus princípios originais, que visavam a criação de inteligência artificial avançada de forma segura e em benefício da sociedade.
Elon Musk investiu cerca de $45 milhões na OpenAI entre sua fundação e sua saída do conselho.
O grande sucesso do ChatGPT, lançado há dois anos, trouxe fama global e novas fontes de receita para a OpenAI.
No entanto, também intensificou disputas internas sobre como a organização deveria se estruturar no futuro, especialmente depois que a empresa anunciou planos de se transformar em uma corporação com fins lucrativos.
Em 2023, a OpenAI demitiu Altman, mas ele retornou poucos dias depois, após mudanças no conselho.
Esses desafios legais e estratégicos continuam, e atualmente, a OpenAI segue sendo uma organização sem fins lucrativos, mas com planos para alterar sua estrutura corporativa.
Mudanças em sua estrutura estão sendo analisadas, mas questões legais complicam o processo, como a exigência de que qualquer valor ou ativos transferidos para uma nova entidade com fins lucrativos sejam pagos a outra organização filantrópica.
Recentemente, Musk solicitou uma ordem judicial para impedir que a OpenAI siga com a conversão para uma organização lucrativa.
A juíza do caso, Yvonne Gonzalez Rogers, ainda não se manifestou sobre o pedido, mas durante uma audiência, ela declarou que seria um “grande desafio” para Musk afirmar que ele sofrerá danos irreparáveis se a OpenAI continuar com sua transição planejada.
No entanto, a juíza também expressou preocupação sobre a relação da OpenAI com a Microsoft, um de seus parceiros comerciais, e afirmou que o caso pode seguir para julgamento no próximo ano.
O grupo de investidores que apoia a proposta de Musk inclui empresas como Baron Capital Group, Valor Management, e Atreides Management, entre outras.
O advogado de Elon Musk, Marc Toberoff, destacou em um comunicado que, caso a OpenAI decida se tornar uma corporação com fins lucrativos, a organização filantrópica deve ser devidamente compensada pelos ativos que serão transferidos.
Em uma carta enviada aos procuradores gerais da Califórnia e de Delaware, Toberoff ressaltou que é essencial que qualquer transação envolvendo ativos da OpenAI siga um processo de licitacão pública para garantir que o valor de mercado justo seja atingido.
A disputa está longe de ser resolvida, e o futuro da OpenAI permanece incerto.
FONTE: Time
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