Esquadrão Trovão (Thunder Force) é a nova aposta da Netflix. A produção original tem um dos orçamentos mais recheados dos últimos meses e tamanho investimento é nítido em tela.
A história se propõe a contar as aventuras de duas (ex)-melhores amigas que se tornam super-heroínas já na meia-idade. Com tom de comédia, efeitos especiais e estrelas renomadas no elenco, o filme prometia ser algo grandioso – mas nada disso é garantia.
A história de Esquadrão Trovão (com spoilers)
Emily Stanton (Octavia Spencer) é apenas uma garotinha em 1983 quando seus pais morrem tragicamente por um pulso de energia cósmica que atinge o planeta Terra.
Esse fenômeno acabou manifestando superpoderes somente nas pessoas predispostas a serem psicopatas e elas se tornaram os vilões do pedaço, chamados “Meliantes”.
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Emily passa a ser criada pela avó e, na escola, ela conhece Lydia (Melissa McCarthy). As duas são perfeitos opostos: Emily é racional e extremamente aplicada aos estudos, enquanto Lydia é valentona e gosta de curtir a vida.
Mesmo assim, as duas se tornam melhores amigas até a juventude. Porém, com objetivos de vida completamente diferentes, as duas se afastam definitivamente.
Lydia segue uma vida medíocre, enquanto Emily prosperou como cientista e realizou o plano de sua vida: dar continuidade ao trabalho dos seus pais, que eram geneticistas – com o objetivo de conceder superpoderes às pessoas do bem para combater os Meliantes.
Já com meia-idade, Lydia vai até Emily para uma reaproximação da amiga. Chegando no laboratório, uma série de trapalhadas acaba fazendo com que Lydia aplicasse em si mesma a única amostra do experimento que Emily produziu pra gerar superpoderes.
Assim, Lydia automaticamente se torna cobaia do experimento e, por isso, é obrigada a passar várias semanas no laboratório treinando suas novas habilidades.
Ao fim do treinamento, Lydia possui super-força e super-resistência, enquanto Emily tem a capacidade de ficar invisível. Juntas, elas acabam formando o Esquadrão Trovão – uma dupla de super-heroínas de meia-idade que tem o objetivo de salvar a cidade dos Meliantes.
As duas encaram várias missões mesmo tendo pouca experiência e desenvoltura com os novos poderes, mas sempre com a melhor das intenções.
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Com a ajuda do homem Caranguejo (que se considera apenas um “meio-liante”), elas seguem o rastro do candidato a prefeito que se autointitula “O Rei”, que está por trás de todos os crimes dos Meliantes.
Depois de algumas aventuras beirando o desastre e descobertas de conspirações, as heroínas conseguem salvar a cidade com a ajuda de Tracy (Taylor Mosby), filha de Emily, que também adquire superpoderes nos momentos finais do filme.
Opinião: Esquadrão Trovão prometeu muito e não cumpriu nada
A primeira coisa que surpreende em Esquadrão Trovão é a escalação das protagonistas, que além de improváveis, são grandes estrelas de Hollywood.
Para começar, Melissa McCarthy não é uma atriz qualquer. A mesma já venceu vários prêmios, incluindo o Emmy Primetime de Melhor Atriz, e já foi indicada ao Oscar. Seu brilhantismo, tanto na comédia quanto no drama, é um fato estabelecido.
Já Octavia Spencer não fica nada para trás. A atriz já foi indicada algumas vezes ao Oscar e ganhou a estatueta de Melhor Atriz Coadjuvante em 2012.
A dupla possui uma ótima química em cena, ambas têm bastante carisma e juntas demonstram (mais uma vez) o seu valor como atrizes.
O curioso é que a história evidenciou o protagonismo de duas atrizes que jamais entrariam no hall de estrelas de filmes de heróis – e isso prometia ser surpreendente!
Além de salvarem o dia sozinhas, a idade e forma física de ambas é completamente oposto ao que se espera, por exemplo, das heroínas da Marvel e da DC hoje em dia.
A proposta é boa e foi feita de maneira descontraída, sem “lacrações”… mas de boa intenção o inferno está cheio (daqui a pouco você vai entender o porquê).
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Para além das estrelas, é nítido o investimento em efeitos visuais, afinal um filme de super-heróis exige grandes gastos nessa área. Os efeitos especiais são de boa qualidade e convencem o espectador sem nenhum grande trauma.
No entanto, um elenco de estrelas e milhares de dólares em pós-produção não garantem um bom filme.
Esquadrão Trovão está mais para um pastelão recheado de várias coisas que poderiam ser, mas não foram. É uma comédia com piadas fracas; tem super-heróis e super-vilões mas não é um filme de ação; e vários momentos sem-noção que não deixam claro o motivo de existirem.
Por melhores que fossem as intenções quebrando os padrões das heroínas, com o roteiro fraco, todo esforço se tornou um desperdício.
É possível até soltar algumas risadas em alguns momentos, mas não passa de puro entretenimento sem compromisso. Um filme que possuía argumento e orçamento pra ser grandioso, se torna uma perda de tempo pra qualquer espectador minimamente exigente.
Uma nota?
No IMDB, Esquadrão Trovão tem nota 4.4, já no Rotten Tomatoes está avaliado em 24% para os críticos e 35% do público.
As notas são bem ruins, mas o que mais se poderia esperar de uma comédia pastelão que patina entre a ação e a comédia sem ser nenhuma das coisas de verdade?
Por essas e outras não se pode esperar tanto de uma obra que não leva a sério nem a si mesma, restando pontuar em 4,5.
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