Com a nova temporada de Fallout prevista para 17 de dezembro, está na hora dos fãs da série da Prime Video voltarem seus olhos para o jogo que irá influenciar a segunda temporada: Fallout: New Vegas. Lançado em 2010, o título é considerado a obra que definiu o tom moral, político e filosófico da saga — considerado até hoje um dos melhores jogos da franquia.
O deserto onde a civilização tenta renascer
A história se passa no ano 2281, dois séculos após o colapso nuclear de 2077. O palco é o Deserto de Mojave, uma região empoeirada e radioativa onde Las Vegas renasceu com outro nome: New Vegas.
Diferente de outras cidades destruídas, o local mistura luxo, decadência e corrupção em meio à escassez. É nesse cenário que o jogador assume o papel do Courier, um mensageiro deixado para morrer que, ao buscar vingança, acaba envolvido em uma disputa que determinará o futuro de todo o Mojave.
Três caminhos, três visões de poder
O jogo gira em torno de uma guerra política entre três forças dominantes:
- New California Republic (NCR) – uma república militar que tenta restaurar a ordem, mas enfrenta o peso da própria burocracia.
- Caesar’s Legion – um império brutal inspirado na Roma antiga, que prega disciplina e obediência absoluta.
- Mr. House – o bilionário pré-guerra que sobreviveu graças à tecnologia e governa a cidade por meio de robôs.
Cada facção representa um modelo distinto de sociedade — democracia, tirania e individualismo — e cabe ao jogador decidir quem deve comandar o futuro da região. Essa estrutura de escolhas tornou New Vegas um dos RPGs mais influentes da década.
Quando o livre-arbítrio tem um preço
Em New Vegas, toda ação gera uma reação. Suas decisões em diálogos, combates ou alianças alteram o equilíbrio político da região e mudam a percepção das facções sobre você.
Essa mecânica reforça o que muitos fãs consideram o maior trunfo da franquia Fallout: a ausência de heróis ou vilões absolutos. A NCR pode representar estabilidade — mas também corrupção. A Legião traz ordem — à custa de liberdade. Mr. House oferece progresso — mas sob controle total.
É justamente essa ambiguidade moral que a série da Prime Video vem trazendo para o público televisivo.
O charme do retrofuturismo e o humor ácido
Visualmente, Fallout é uma mistura improvável: o otimismo dos anos 1950 e o caos do pós-apocalipse.
Imagine cartazes coloridos prometendo um “futuro brilhante” contrastando com cidades em ruínas e robôs enferrujados.
New Vegas leva essa estética ao limite, misturando faroeste, ficção científica e crítica social, sempre com um toque de humor negro.
A série captou esse espírito: entre ghouls, vaults e desertos devastados, a ironia é tão presente quanto a tragédia.
O legado de New Vegas
Mais do que um jogo, ‘Fallout: New Vegas’ é uma reflexão sobre poder e sobrevivência. Ele questiona o que resta da humanidade quando o mundo desaba — e quem tem o direito de reconstruí-lo.
Com o retorno da série, revisitar o jogo é revisitar as raízes éticas e políticas que sustentam o Wasteland.





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