Fernanda Torres perde para Nicole Kidman no Festival de Veneza

Melo

Fernanda Torres perde para Nicole Kidman no Festival de Veneza
Foto: Divulgação

O Brasil, que já testemunhou uma das maiores injustiças da história do Oscar em 1999, quando Fernanda Montenegro perdeu o prêmio de Melhor Atriz para Gwyneth Paltrow, pode estar revivendo um episódio semelhante em 2024. Dessa vez, é Fernanda Torres, filha de Montenegro, que estava cotada para vencer o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Veneza, mas acabou derrotada por Nicole Kidman, cuja atuação, apesar de reconhecida, levantou algumas críticas.

Fernanda Torres, que estrelou o filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, era considerada uma das favoritas na premiação. Sua interpretação de Eunice Paiva, uma mulher que passou décadas buscando respostas sobre o desaparecimento de seu marido durante a ditadura militar brasileira, foi amplamente elogiada por críticos e pelo público do festival. O longa, que teve uma recepção calorosa e 10 minutos de aplausos após sua exibição, chegou a conquistar o prêmio de Melhor Roteiro no evento, mas a vitória de Torres na categoria de atuação não veio.

O prêmio de Melhor Atriz foi concedido a Nicole Kidman, cuja performance gerou algumas reações mistas entre críticos e o público. Apesar de seu indiscutível talento e presença nas telas, alguns acreditam que sua atuação não alcançou o mesmo impacto emocional da performance de Fernanda Torres. A interpretação de Torres foi descrita como intensa e cheia de nuances, refletindo o peso histórico e pessoal da trama de Ainda Estou Aqui.

Esse ponto gerou discussões entre cinéfilos e críticos, que consideraram a atuação de Fernanda Torres mais impactante, com uma profundidade dramática superior. A perda de Torres levanta questões sobre os critérios utilizados nas premiações internacionais e se o Brasil, novamente, pode ter sido subestimado em uma importante plataforma de reconhecimento cinematográfico.

No Brasil, a notícia da derrota de Fernanda Torres gerou uma onda de desapontamento entre os fãs e a crítica nacional, especialmente após o filme ter recebido tantos elogios no Festival de Veneza. O diretor Walter Salles, que já levou o Brasil ao Oscar com Central do Brasil, comentou que Ainda Estou Aqui traz uma história de relevância histórica e emocional profunda, e que Fernanda entregou uma das performances mais comoventes de sua carreira.

A perda de Torres reacende a memória da derrota de sua mãe, Fernanda Montenegro, em 1999, quando muitos também consideraram que o Brasil merecia a vitória no Oscar. Agora, as discussões sobre possíveis injustiças em premiações internacionais voltam à tona, principalmente em um contexto onde filmes e interpretações marcados por fortes contextos sociais e históricos nem sempre recebem o devido reconhecimento.

Apesar do revés em Veneza, Ainda Estou Aqui segue como uma das maiores apostas do Brasil para o Oscar 2025. Com a indicação do representante brasileiro para a categoria de Melhor Filme Internacional marcada para o final de setembro, a expectativa é que o filme de Walter Salles leve o país novamente à disputa pela estatueta, onde, desta vez, a história e o impacto da atuação de Fernanda Torres possam finalmente receber o reconhecimento que muitos acreditam ser merecido.

A derrota de Torres em Veneza pode ter sido uma injustiça, mas ainda há esperança de que o Brasil conquiste o devido reconhecimento nas futuras premiações.

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