Fim do Mistério! Descobriram quem foi “Jack, o Estripador”

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Fim do Mistério! Descobriram quem foi “Jack, o Estripador”

Por Cheyna Corrêa

 Em outubro de 2024, o pesquisador inglês Russel Edwards apresentou as provas que faltavam para encerrar um dos maiores mistérios da história criminal. Edwards publicou um livro com o resultado de uma investigação de DNA feita de forma incisiva, revelando que Jack, o Estripador, era, na verdade, Aaron Kosminski – um dos três principais suspeitos investigados pela polícia da época. Kosminski, um barbeiro polonês agressivo que morava na região de Whitechapel e que manifestava uma hostilidade incomum em relação às mulheres, passou a ser considerado o verdadeiro assassino por trás dos horrores cometidos entre agosto e novembro de 1888. Na era em que os crimes ocorreram, a polícia não tinha acesso aos recursos tecnológicos modernos – o DNA só seria descoberto em 1953 – e evidências como um xale marcado por vestígios de sangue e sêmen foram deixadas sem a devida análise. Décadas depois, em 2007, Russel Edwards adquiriu esse xale em um leilão e, após quinze anos de pesquisas, descobriu que os vestígios de sangue presentes no tecido correspondiam à vítima Catherine Eddowes, enquanto os traços de sêmen comprovaram, de forma surpreendente, que pertenciam a Aaron Kosminski. Além das análises laboratoriais, Edwards reconstruiu digitalmente o rosto do suspeito utilizando inteligência artificial, dando contornos visuais à identidade que por tanto tempo permaneceu apenas como hipótese.

A descoberta pioneira que reescreveu a história

Em meio a um cenário caótico como o da Londres vitoriana, onde o terror de Jack, o Estripador, se instaurou ao mutilar suas vítimas de maneira brutal, a investigação por Edwards marca um divisor de águas. Enquanto a polícia investigou mais de 300 suspeitos — entre eles nomes como Michael Ostrog, Montague Druitt e outros que circulavam entre as teorias conspiratórias —, a novidade estava na aplicação do exame de DNA. Com a aquisição do xale contaminado, Edwards utilizou métodos modernos para extrair vestígios biológicos quase esquecidos, transformando um dos maiores enigmas criminais em um caso resolvido. Esse feito demonstra o poder da ciência contemporânea para iluminar os recantos mais obscuros do passado, onde cada fio de cabelo ou gota de sangue tem o potencial de revelar a verdade oculta.

 

As evidências que confirmam a identidade

A metodologia empregada por Russel Edwards foi meticulosa e revolucionária. A análise revelou que o sangue presente no xale era da própria vítima, Catherine Eddowes, enquanto o sêmen encontrado correspondia a Aaron Kosminski. Essa precisão foi possível graças à colaboração de descendentes das vítimas e dos próprios suspeitos, que forneceram amostras para comparação. Com o DNA como “manual de instruções” único e intransferível de cada indivíduo, ficou claro que aquele traço biológico era inconfundível. Ademais, a reconstrução digital do rosto de Kosminski por meio de inteligência artificial complementou as evidências, permitindo que a comunidade científica e o público tivessem uma imagem aproximada de quem fora o infame assassino. Essa combinação de avanços tecnológicos foi decisiva para derrubar o mito e trazer à luz a verdade histórica, encerrando um capítulo que assombrava a humanidade há mais de um século.

Impacto da revelação histórica e o legado da justiça

A confirmação de que Aaron Kosminski foi o verdadeiro Jack, o Estripador, representa um marco não apenas para os estudos forenses, mas também para a memória das vítimas. Enquanto Kosminski escapou da justiça em 1888, sendo internado em instituições psiquiátricas e falecendo em 1919, essa descoberta proporciona um fechamento simbólico para as famílias abaladas por seus crimes. Karen Miller, tatara tatara neta de Catherine Eddowes, ressaltou: “Ter o nome real de quem fez isso exposto, e legalmente reconhecido, significaria muito para nós.” Ao derrubar o sensacionalismo que transformou Jack em um ícone do terror, a verdade ganha seu espaço e a história é reescrita com base em evidências científicas. Essa revelação reafirma o compromisso da ciência e da justiça em buscar a verdade, mesmo que demore mais de um século para ser alcançada, e demonstra que, por mais obscuro que seja o passado, a luz da verdade sempre pode prevalecer.

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